O que virá depois da janela
A “janela da infidelidade” provocou previsível terremoto na política cearense. Antes a maior bancada da Assembleia Legislativa, o Pros se viu reduzido a zero da noite para o dia. Foram todos para o PDT. O processo tem sido cíclico no Ceará. Ocorreu em 2005, quando o grupo Ferreira Gomes saiu do PPS para o PSB, e em 2013, quando foram do PSB para o Pros. Em todos os episódios, o que era uma das principais forças da política do Estado praticamente desapareceu, por força de uma migração em massa. Ao mesmo tempo, potências políticas surgem do nada. A da vez é o PDT.
O curioso é que a norma que cria a “janela da infidelidade” pretendia originalmente incluir na Constituição justamente a fidelidade partidária. A norma está instituída, afinal, por decisão da Justiça, mas não está em textos legais. Aproveitou-se da oportunidade para incluir a exceção. O sentido foi virado do avesso.
Ocorre que a “janela” para troca de partidos não será aberta regularmente a cada eleição. É uma exceção para agora. A conferir se, de agora em diante, a fidelidade partidária será mantida. O mais provável é que novas “exceções” sejam criadas conforme as conveniências.
ELEIÇÃO DA CAPITAL TOMA CONTA DA ASSEMBLEIA
Como era de se prever, e a coluna apontou não faz muito tempo (leia acessando este link: http://bit.ly/assembleia2016), a Assembleia Legislativa começou a se tornar epicentro da disputa eleitoral em Fortaleza. Foi votado ontem, e rejeitada pela maioria governista, moção de repúdio proposta pelo deputado estadual Capitão Wagner (PR) ao prefeito Roberto Cláudio (PDT). O motivo da moção foi o fato de estudantes terem assistido aula no chão. A situação foi exposta pelo O POVO em 28 de janeiro (leia neste
link: http://bit.ly/aulanochao). A discussão se prolongou e o requerimento foi derrotado.
Anteontem, na mesma Assembleia, o deputado Heitor Férrer (PSB) questionou o valor do contrato do IJF para coleta de lixo hospitalar.
Heitor e Wagner são pré-candidatos a prefeito de Fortaleza. Na Casa há ainda Renato Roseno (Psol) como provável candidato a prefeito.