O deputado estadual Heitor Férrer (PSB) questionou ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), contratos firmados entre o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Instituto Doutor José Frota (IJF) com empresas para a coleta do lixo hospitalar na Capital.
Segundo ele, o hospital administrado pelo município, o IJF, paga à empresa Braslimp, vencedora da última licitação, o valor de R$ 2,23 por quilo de lixo séptico coletado, enquanto o HGF, do Estado, desembolsa a quantia de R$ 0,35 pelo mesmo peso - uma diferença de 637%.
“Por 600 quilos de lixo, por exemplo, a Prefeitura pagaria R$ 1,4 milhão, enquanto o Estado, em torno de R$ 210 mil. Uma grande diferença quando paramos para pensar em quem paga essa conta”, argumentou Férrer.
O parlamentar afirmou que irá protocolar uma representação junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ao Ministério Público Estadual (MPE) para que sejam avaliados os gastos com a coleta hospitalar.
Outro lado
Em resposta, a Prefeitura de Fortaleza informou que o IJF paga o valor de mercado e que o gasto do HGF, muito abaixo do praticado, justifica-se por se tratar de contrato temporário (três meses) enquanto está sendo organizado um processo licitatório.
O contrato da empresa Limptudo, atual prestadora do serviço ao HGF, seria emergencial.
A Prefeitura afirmou que o valor atualmente pago pelo Estado é “irreal” e que irá se normalizar - e se aproximar do que o município paga - após o certame licitatório.
O POVO tentou contato com a Limptudo, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) se limitou a dizer que “as empresas que prestam serviços na área de lixo nos hospitais estaduais estão devidamente regulares”.