ELEIÇÕES MUNICIPAIS Com a chegada de maio, a disputa política se acirra. Alianças, conchavos. Palavras diferentes que descrevem o “tititi” pré-eleitoral. Em Fortaleza, a situação está indefinida. Será uma eleição diferente das anteriores. O ano de 2012 marca a influência de um eleitor renovado, do chamado neoeleitor. Ligado 24 horas por dia, o neoeleitor é o cidadão que deixou de ser convencido apenas pela propaganda eleitoral. Está cada vez mais digital e com uma voz que antes não possuía. Quer ser surpreendido.
Se o político já possui bandeira fincada, precisa arrancá-la e mudar. Não é uma indicação para o candidato ser volátil, mas precisa estar em constante movimento. O neoeleitor pula de galho em galho, de acordo com os argumentos do momento, mesmo que com uma base de pensamento mantida. Se a pessoa gosta do partido específico, mantém suas convicções, mas pode até mudar de agremiação ao se identificar com um candidato mais afinado às suas ideias. Candidatos “medalhões”, aqueles que já estão conhecidos, devem manter os olhos abertos.
Recente pesquisa do Ibope mostra o termômetro elevado da eleição deste ano na capital cearense. Na primeira simulação, em que foram apresentados os sete possíveis pré-candidatos, aparecem tecnicamente empatados o senador Inácio Arruda (PCdoB), com 26% das intenções de voto, e o ex-vice governador Moroni Torgan (DEM), com 23%. No limite da margem de erro, colados aos dois, estão Heitor Férrer (PDT) e Marcos Cals (PSDB), respectivamente com 19% e 15% das intenções de voto. Nem de longe estas posições significam uma situação cômoda na disputa.
Há muito pela frente. Um espaço de meses que, no mundo virtual, significa uma eternidade. Quem quer ter sucesso na campanha eleitoral precisa ser humilde não apenas na aparência e no discurso televisivo - precisa ter diferencial e convencer também na internet. O neoeleitor conhece mais de internet do que os candidatos ou os partidos.
As chamadas “marcas” políticas não podem menosprezar este conhecimento e devem apresentar novas formas de comunicação. É necessária uma análise que considere o comportamento do internauta, como ele encara o voto, o que pensa sobre política e assuntos relacionados. Estão os políticos preparados para o neoeleitor? Resposta clara: a maioria não. Nem em Fortaleza, nem no Brasil. Gabriel RossiEstrategista de marketing digital e político e diretor da Gabriel Rossi Consultoria