Parlamentares cearenses sugerem uma ação continuada envolvendo não apenas a população quando o assunto é o combate à dengue. Eles cobram soluções eficazes para evitar novas epidemias e questionam algumas medidas destinadas ao controle da doença. O Plano de Enfrentamento ao Mosquito Aedes aegypti, lançado ao fim de 2015 pelo governador Camilo Santana, também repercutiu entre os políticos.
O vereador Ronivaldo Maia (PT) concorda que a ajuda, por parte da população, é extremamente importante, mas ressalta que é necessária a adoção de medidas urgentes por parte do Poder Público. No caso de Fortaleza, o petista questionou quais ações estão sendo tomadas em relação ao surto que vem se alastrando na capital cearense e diz que medidas estão sendo tomadas tardiamente, como a limpeza da cidade. Ronivaldo destacou que alguns pontos da cidade possuem “rampas de lixo”, que, segundo ele, devem ser fiscalizado pela Prefeitura.“Não tenho dúvida de que é uma tarefa de todos, mas as ações em Fortaleza foram tardias, sobretudo, devido ao acúmulo de lixo. Prefeitura está correndo para recuperar o prejuízo, pois ainda tem muita rampa de lixo acumulado”, disse, acrescentando que os objetos descartados de forma irregular podem contribuir para o surto de dengue na capital, pois podem servir de criadouro para o aedes aegpyti. Ou seja, é preciso intensificar a coleta de lixo, como aponta o petista, lembrando que, além da dengue, o mosquito transmite o vírus zika e e febre chikungunya.
A deputada Doutora Silvana (PMDB), que também é médica, concorda com o petista. Ela ressaltou que a prioridade deve ser entender a complexidade do enfrentamento ao Aedes aegypti. Isso porque, segundo ela, embora seja importante o mutirão, a iniciativa do Poder Público deveria ter surgido há mais tempo.
“O enfrentamento proposto pelo Governo do Estado chegou com atraso, pois deveria ter começado junto com o surto da dengue. Mas que bom que veio. Enfim, o Governo toma para si sua tarefa, uma vez que a dengue e as outras doenças causadas pelo mosquito são um grave problema de saúde pública”, destacou.Maior participação da comunidade também foi defendida pela peemedebista. Em sua opinião, “não adianta apenas o Estado tomar providências. Pequenos gestos como não acumular água em casa e fechar reservatórios a céu aberto seriam capazes de extinguir o surto”.
ConhecimentoNa avaliação do deputado Antônio Granja (Pros), iniciativa do Governo do Estado trouxe oportunidades para que todos pudessem ter conhecimento sobre as ações do Poder Público para acabar com a epidemia de dengue. O parlamentar disse que o conhecimento adquirido no debate permitirá à população ajudar a manter seus quintais limpos e, assim, evitar a proliferação do mosquito. “Há necessidade de participação ativa da população. Enquanto isso não acontecer, vamos conviver ano após ano com esse problema”, pontuou.
Plano de enfrentamento ao mosquito Aedes aegyptO governador Camilo Santana lançou em dezembro passado o Plano de Enfrentamento ao Mosquito Aedes aegypti. Entre outras ações, prevê a formação de uma brigada para dizimar o mosquito e a criação do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Zika e Chikungunya. O plano é fruto de uma ação integrada de todos os setores do Governo, além da parceria com os governos federal e municipais. A ação tem a participação de pelo menos 16 órgãos da esfera pública e deve agir tanto no combate ostensivo, com visitas casa a casa, como nas ações de vigilância, prevenção à saúde e controle das patologias.