Para Tin Gomes, a decisão do impeachment ou a renúncia do presidente da Câmara levariam a economia a retomar sua normalidade
( FOTO: FABIANE DE PAULA )
O impasse envolvendo as discussões em nível federal quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a votação de processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), podem complicar ainda mais a situação econômica do Ceará. De acordo com algumas lideranças da Assembleia Legislativa, enquanto o País se encontra inerte diante da crise política, matérias de interesse dos estados deixam de ser votadas, tornando ainda mais expressivas as dificuldades das unidades federativas.
Líder do bloco formado por PHS, PSC, PV, DEM, PTN, PRB, PRP e SD, o deputado Roberto Mesquita (PV) afirmou que as consequências para o Ceará são "as mais drásticas possíveis". Segundo ele, o Estado é muito dependente do Governo Federal em muitas ações, como a Transposição das Águas do Rio São Francisco, por exemplo, e o Cinturão das Águas, que dependem de recursos da União.
Conforme afirmou, a Saúde Pública é outra área que depende, diretamente, daquilo que é destinado pelo Governo Federal e, caso não haja investimentos por parte da União, o Estado não terá a metade dos recursos necessários para manter seus equipamentos funcionando de forma a atender minimamente a população. "Se no ano passado gastamos R$ 1,5 bilhão e neste ano vamos gastar R$ 1 bilhão, é claro que teremos dificuldades. E ressaltando que no ano passado foi um desastre. Se o Governo não nos der, proporcionalmente, o que dá para outros estados, teremos dificuldades enormes".
Agravamento
Líder do Governo na Assembleia, o deputado Evandro Leitão (PDT) corroborou com o colega, afirmando que a crise política pela qual passa o País nos últimos 90 dias tem repercutido na crise econômica e influenciado o agravamento da situação em alguns estados.
"O País e os estados estão parados. O próprio orçamento não foi aprovado e diversas outras mensagens no Congresso não foram aprovadas. Isso os estados e municípios sentem numa dimensão maior, porque dependem dos repasses da União", destacou. Os repasses do Fundo de Participação dos Estados, por exemplo, segundo ressaltou, vêm caindo a cada mês, assim como o que é repassado para os municípios por meio de cotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Vice-líder do bloco PROS, PT, PCdoB e PSD, a deputada Rachel Marques (PT) ressaltou que a crise política não é boa para nenhuma das unidades federativas do País e defendeu um restabelecimento das regras democráticas, a fim de que se resolva de vez o imbróglio quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Já o vice-presidente da Assembleia, Tin Gomes (PHS),disse que, caso haja decisão sobre impeachment ou renúncia do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o País, e, consequentemente, estados voltariam para os eixos e a economia retomaria sua normalidade. Ressaltou que os brasileiros não confiam suas finanças na economia do País.