Um aliado que dispensa adversários
O PT continua à procura de explicações para o comportamento do PSB em relação à pesquisa, que encomendou, pagou e divulgou, sobre o cenário eleitoral de Fortaleza. Diga-se, por exemplo, que coube a uma fonte próxima ao governador espalhar para os jornalistas a informação de que os números estavam disponibilizados no site do Ibope. Para quem gosta de chutar, adianto que não era ninguém da área de comunicação. O certo é que não bastava ter aquela realidade captada, era preciso fazê-la chegar ao público. Entre petistas, especialmente a prefeita Luizianne Lins e a turma mais ligada a ela, o comportamento ainda rende críticas, dúvidas e queixas. Uma das vozes mais irritadas é a do deputado federal Eudes Xavier que se admite “aborrecido” com a situação. Na mesma linha do que já dissera outro notório aliado da prefeita, o deputado estadual Antônio Carlos, líder do governo Cid Gomes na Assembleia, ele avalia que, no episódio, o PSB não agiu como aliado.
O discurso, apesar de tudo, ainda é de que existe espaço para manter a aliança. A prática, no entanto, sinaliza para movimentos diferentes. No próximo dia 24, por exemplo, as correntes que juntaram votos suficientes para dar 70% de apoio interno ao nome do pré-candidato Elmano Freitas, numa eventual consulta pelo voto, organizam uma reunião para, dentre outras coisas, oferecer um desagravo à prefeita. Vai sobrar para o PSB, sem dúvida, inclusive pelo entendimento inalterado de que o PT terá candidato em Fortaleza de qualquer maneira. Eudes Xavier (foto) lembra, ainda, a força representada pelo apoio de Lula e Dilma, medida pela própria pesquisa. Ele com potencial de transferência de voto de 60% e ela com 47%.
É estranho, porém, que a mesma pesquisa criticada e até questionada nos seus resultados seja a que serve de argumento para uma tese que vai de encontro aos números colhidos quanto à intenção de voto do fortalezense no candidato que a prefeita e seu grupo pretendem lançar à disputa eleitoral de 2012.