Foi divergente a posição dos deputados estaduais do Ceará, sobre a proposição da presidente Dilma Rousseff (PT) e dos governadores de recriarem a CPMF. Enquanto a Presidente sugeriu o retorno do imposto com a alíquota de 0,2%, absorvidos pela crise econômica, os governadores foram além e defenderam a volta do tributo com o percentual de 0,38%. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), desde que assumiu o Governo, tem defendido o retorno da CPMF, principalmente para aplicar os recursos na saúde.
Na avaliação do deputado Elmano de Freitas (PT), seria preferível que o Governo Federal fizesse uma reforma tributária ampla, que discutisse os impostos do Brasil com profundidade e diminuísse, principalmente, a carga tributária para o setor produtivo, especialmente, para os pequenos empresários. “Acho que o Governo deveria taxar de maneira mais forte o sistema financeiro e as grandes fortunas”, opinou.
Já o deputado capitão Wagner (PR), avalia que os governadores estão seguindo a mesma linha do Planalto, ao invés de a priori, aplicar austeridade nos estados, para depois ver se há necessidade de se aumentar impostos. “Eles estão indo direto no bolso do trabalhador”.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) foi à tribuna da Assembleia Legislativa e rechaçou a pretensão do Governo e dos governadores de aprovar o imposto e ponderou que mais uma vez, a culpa da ineficácia do Governo Federal cairá nas costas do contribuinte. “Agora vem o conde Drácula querendo sugar ainda mais a população brasileira. O ministro Joaquim Levy disse que pagar imposto é um investimento. Isso é querer subestimar a inteligência de todos”, rechaçou.
Na linha contrária, o deputado Sérgio Aguiar (Pros) ponderou que grande parte da população ainda está mal informada sobre o que está sendo proposto pelo Governo. “Se nós formos para a ponta do lápis, por exemplo, se um cidadão ganha R$ 5 mil, para pagar 0,2 milionésimo de porcentagem, ela pagará por mês R$ 10,00. Para aquele que ganha um salário mínimo de R$ 788,00 deverá pagar R$ 1,57. Para você ajudar o País a sair da crise, não é onerar a massa trabalhadora do Brasil”, ponderou.
De acordo com o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), o posicionamento de Camilo baseia-se da necessidade de o Estado ter fontes para subsidiar, principalmente, a saúde pública. “Nós estamos aqui, com algumas situações como o reajuste da tabela do SUS, que é um grande problema, mas, nós, também, necessitamos de mais recursos para atender uma demanda crescente”, disse Evandro, frisando que durante a gestão do ex-governador Cid Gomes, “as estruturas dos equipamentos públicos deram um salto e necessita de recursos para mantê-los”.