O presidente cearense da Força Sindical, Raimundo Nonato Gomes, se filiou ao PSDB e foi empossado, ontem, no auditório da Câmara Municipal de Fortaleza, presidente da secretaria PSDB-Sindical no Estado. "Não tínhamos como continuar ao lado de um governo que não está sendo visto com bons olhos pelos trabalhadores. As mudanças, como as do Regime de Previdência e Seguro Desemprego, causaram sérios desgastes na relação entre o Partido dos Trabalhadores e a classe trabalhadora", declarou. Segundo o senador Tasso Jereissati (PSDB), sempre fez parte dos objetivos do partido ter um departamento dirigido por líderes com militância sindical. "Mas que não fosse massa de manobra de partidos políticos, que visassem apenas usar os trabalhadores para alcançar poder e agir diferente do que pregava, quando nas eleições", disse. Ainda de acordo com o senador cearense, nos últimos anos, o partido tem buscado inovação. "O PSDB se apresenta mais vivo, dinâmico e jovem. Está mais atuante e integrado com todos os setores da sociedade. Exemplo maior vemos com a adesão de sindicalistas", pontuou. Para Raimundo Nonato, a iniciativa do PSDB em ceder espaço ao sindicalismo chegou no momento ideal. "Historicamente, o partido nunca abriu espaço para os trabalhadores. Agora ele viu que precisa da nossa categoria. A expectativa nossa é que tenhamos uma relação de trabalho e capital com respeito mútuo e que avancemos nos projetos que os trabalhadores precisam". O presidente da legenda no Estado, o ex-senador Luiz Pontes, afirmou que a adesão do movimento sindical a um partido não ligado à esquerda se deve à frustração causada pelo PT àqueles que defendem o emprego. "O partido pregava uma coisa e faz outra. Por tudo de ruim que está fazendo com os trabalhadores e por nossa posição de defesa aos direitos trabalhistas, a Força Sindical se aproximou", disse. Segundo Luiz Pontes, o PSDB-Sindical terá lugar ao seu lado na executiva estadual. "Precisamos fazer um trabalho em conjunto para discutir os problemas e o que pode ser melhorado na vida do trabalhador brasileiro, principalmente dos cearenses", justificou o dirigente. Sobre a adesão, o deputado federal Gomes de Matos diz que muitos partidos se descaracterizaram no decorrer do tempo. "Dentro do estatuto do PSDB tem o braço sindical, que no Sul e Centro-Oeste é mais estimulado. Infelizmente no Nordeste ainda não existe fortalecimento do sindicalismo. Então nesse momento de reestruturação e fortalecimento do partido, visando 2016 e 2018, estamos buscando esse braço", declara. Programática O tucano afirma que o PSDB não deve ser considerado um partido de direita. "É muito mais à esquerda, sem ser um partido de esquerda propriamente, mas também não é de centro. Tem sua linha programática. Portanto não há contradição, mas o fortalecimento de um partido", explica o parlamentar. Na visão do deputado estadual Carlos Matos, a incoerência existe na mudança do PT à frente do Governo Federal. "Precisamos modernizar as relações trabalhistas com participação dos trabalhadores nos resultados, aumentar produtividade da economia por qualificação, o que pode garantir aumento do salário de forma sustentável", opina. Conforme o deputado, há um cenário de desrespeito ao trabalhador no Brasil. "E isso parte daqueles que diziam exatamente o contrário", alega.