Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
De novo, os políticos contribuem para o enfraquecimento da política no Brasil ao protagonizarem mais um troca-troca partidário em massa neste 2015, a partir da tal “janela” que o Congresso quer abrir para quem planeja mudar de legenda. Sem necessidade de levar ideologia junto, porque, basicamente, trata-se de um movimento determinado por meros cálculos eleitorais. É um animado festival de incoerências que, no final das contas, agrava o descrédito já acentuado da sociedade nas instituições partidárias, indispensáveis ao bom funcionamento de uma democracia que vive dias de uma perigosa fragilidade.
Odorico Monteiro encaminha-se para fora do PT, o Capitão Wagner cogita a hipótese de virar tucano, os deputados Danilo Forte e Heitor Férrer acertam detalhes para filiações festivas ao PSB, tornando-se correligionários do neossocialista Roberto Pessoa, exemplos, enfim, de pessoas públicas referenciais que atuam, voluntária ou involuntariamente, para lançar mais dúvidas sobre a seriedade da política brasileira, a partir de uma falta geral aparente de compromisso básico com os partidos e as ideologias. É triste ver que, eleição após eleição, critérios medíocres e oportunistas continuam a orientar passos na nossa política. Triste e vergonhoso.