Um calendário trazendo obras clássicas interpretadas por homens travestidos causou muitos comentários de deputados, ontem, durante sessão na Assembleia. O deputado Fernando Hugo (PSDB) foi um dos que criticaram a iniciativa. Além de condenar algumas imagens do calendário, o tucano reprovou o fato do material ter tido o apoio da Prefeitura de Fortaleza. Para o parlamentar, o calendário, chamado de "Translendário 2012", não é produtivo e ironiza obras sacras como a Santa Ceia e a Pietá. E o mais grave, no seu entendimento, é o fato da Prefeitura ter patrocinado esse tipo de publicação. "A Prefeitura gasta o dinheiro de forma irresponsável", opinou, informando que vai enviar o material ao Ministério Público (MP) Estadual para que o órgão "investigue o montante gasto pela Prefeitura nessa publicação". Chacota Fernando Hugo recebeu o apoio de outros parlamentares que, assim como ele, também foram contrários ao calendário. O deputado João Jaime (PSDB) fez questão de ressaltar que a crítica não é pelo fato do material conter cenas com transformistas, deixando claro que iria criticar qualquer tipo de segmento que, de alguma forma, fizesse chacota com obras consideradas importantes para os cristãos. Os deputados Roberto Mesquita (PV) e Perboyre Diógenes (PMDB) também censuraram o material. O líder do governo na Casa, deputado Antônio Carlos (PT), fez questão de ressaltar que o calendário não traz nada demais e não há nenhuma ofensa a religiosidade. Ele informa que o material enseja o respeito à diversidade sexual.