Os irmãos Cid e Ciro Gomes comandaram ontem encontro realizado em hotel localizado em Messejana. Participaram a governadora em exercício, Izolda Cela, além de secretários, deputados e demais lideranças
( Foto: Kleber A. Gonçalves )
Em reunião para discutir o futuro do grupo hoje filiado ao PROS cearense, aliados do ex-governador Cid Gomes saíram do encontro, que ocorreu ontem à noite, ainda sem definição se ficam no partido ou se marcham para o PDT. Entretanto, Cid e Ciro Gomes, assim como o prefeito Roberto Cláudio, deixaram clara a predileção pelo PDT, que já garantiu guarida para lançar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República em 2018.
Cid e Ciro ressaltaram aos liderados que a prioridade deve ser um projeto nacional, reforçando a tese de que isso seria mais viável com a ida ao PDT. Antes mesmo de o encontro iniciar, Ciro já havia adiantado sua decisão individual. Agora, a preocupação dos líderes é resolver pendências municipais que assustam prefeitos e vereadores que têm dificuldade de se relacionar com diretórios locais do PDT.
Outra inquietação dizia respeito à possibilidade de vereadores e deputados terem os mandatos questionados pelo PROS, sob alegação de infidelidade partidária. No entanto, Cid Gomes fez questão de salientar que a direção nacional do PROS já garantiu a carta de anuência aos filiados, liberando-os para deixar o partido sem questionamentos.
O presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque, se reuniu, nos últimos dias, com a presidência nacional do PROS. Cid Gomes chegou a dizer que o deputado estaria "amicíssimo" do presidente nacional do partido, Eurípedes Júnior, completando: "eu fui logo para o extremo. Vocês dão a carta de anuência? Sim", relatou o ex-governador cearense.
Projetos pessoais
A possibilidade de alçar voos para a Presidência da República foi o tema que dominou a reunião de ontem. O nome de Ciro Gomes como candidato foi defesa unânime entre prefeitos e deputados aliados. Zezinho Albuquerque também ratificou que o PDT garantiu legenda a Ciro Gomes para disputar o cargo mais alto do Palácio do Planalto.
Sobre um possível constrangimento com o deputado Heitor Férrer (PDT), que se coloca como candidato a prefeito da capital cearense, Roberto Cláudio declarou que "projetos pessoais" não podem se sobrepor a uma proposta nacional, no caso a gestação de uma candidatura a presidente da República. "Defendo Cid ou Ciro candidato a presidente em 2018", resumiu o gestor.
"Poucos partidos e grupos políticos têm o privilégio de ter lideranças sérias. Temos dois candidatos prontos para o debate nacional mais duro que tiver", disse Roberto Cláudio, alegando que defende a ida para o PDT desde 2013, quando o grupo migrou do PSB para o PROS. Já naquela época, a ordem era apoiar a reeleição da presidente Dilma e apresentar candidato a presidente em 2018.
Cid Gomes esclareceu aos prefeitos que a principal demanda feita ao diretório nacional do PROS continua sem resolução, que é a descentralização das filiações partidárias para que os diretórios municipais não dependam de autorização nacional para filiar novos quadros.
O ex-governador ressaltou, referindo-se aos protestos contra o Governo Federal, que a maioria dos atos de corrupção citados na Operação Lava-Jato não ocorreram no governo atual. "Aconteceu no governo dele (Lula)".