O deputado Danniel Oliveira criticou a indicação de Henrique Javi para a Pasta da Saúde alegando que o gestor já foi presidente do ISGH
( FOTO: JL ROSA )
A situação dos equipamentos de saúde pública do Estado recebeu atenção especial nos discursos dos deputados estaduais, na manhã de ontem. Os parlamentares voltaram a fazer críticas ao Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e à indicação do secretário da Pasta no Governo Camilo Santana, Henrique Javi.
A deputada Silvana Oliveira (PMDB) classificou a situação do Ceará como "vexatória", citando casos de pessoas atendidas em corredores e no chão de equipamentos hospitalares. Os episódios chegaram a ter cobertura jornalística nacional.
Ela voltou a destacar a importância de um novo modelo de atendimento no Estado, defendendo ideias apresentadas no Seminário Inova Saúde, como a valorização da equipe médica, com benefícios concedidos por eficiência de trabalho.
"A gente tem que começar a ver o paciente como um cliente, porque o povo nos paga. A meta deveria ser a eficiência e não a quantidade de atendimentos feitos. Enquanto a gente continuar com essa história de dizer que é melhor estar no corredor do que em outro canto, não vamos sair desse buraco", afirmou.
Leitos
Silvana defendeu uma avaliação do trabalho nos leitos de internação realizados nos equipamentos públicos de Saúde. Ela ressaltou que se reuniu com o secretário de Saúde, Henrique Javi, e propôs novo encontro para efetivar as propostas do encontro com profissionais médicos.
A deputada solicitou a realização de audiência pública para que as ideias do Inova Saúde sejam incluídas nas discussões da Casa e pediu um seminário na sede do Legislativo Estadual.
Carlos Matos (PSDB) destacou que o sistema de Saúde do Ceará está entrando em colapso e lembrou que os R$ 103 milhões propostos pelo Governo Federal para a área no Estado não serão transferidos imediatamente, sendo diluído nos próximos 12 meses, o que exige a execução de novas medidas para melhorar a situação do setor.
Ferreira Aragão (PDT) propôs a criação de espaço de pronto atendimento para prevenção de diversos tipos de doenças. Esse projeto, explicou, já tramita na Assembleia Legislativa. "Ela é giratória e atende em um bairro e outro, daí você atende toda uma regional", disse.
Segundo Carlos Matos, foi feita uma visita ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), onde foi verificado que o problema é mais de gestão e integração. Os deputados também voltaram a criticar a disparidade entre os repasses que são feitos para a Saúde em Pernambuco e no Ceará.
Carlos Matos completou que o Ceará perdeu mais de mil leitos de atendimento, ressaltando que a falta de prestígio político de representantes do Estado, assim como a ineficiência de gestão podem ser responsáveis pelo menor repasse de recursos para o Estado. No entanto, o tucano parabenizou o governador Camilo Santana pelo diálogo com as categorias da Saúde.
Interior
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) disse que o Governo do Estado "mentiu" para a população, pois construiu hospitais no Interior, mas fechou outros, o que não mudou o atendimento. "Há falta de insumo básico para poder fazer os atendimentos, e a mesma coisa tem acontecido no Hospital Regional da Zona Norte. Mas lá tem um avião privado para atender esse equipamento e levar médicos", declarou.
O peemedebista criticou a indicação de Henrique Javi para a Secretaria de Saúde, já que ele já foi presidente do ISGH, responsável por 40% da Saúde no Ceará. "É um absurdo um gestor que come R$ 500 milhões ser secretário de Saúde", alfinetou. Já Odilon Aguiar (PROS) sustentou que Javi tem preparo e eficiência para trabalhar na área.
Contrário ao posicionamento de Danniel Oliveira, o vice-líder do Governo, Leonardo Pinheiro (PSD), disse que o ISGH é uma Organização Social, o que seria uma tendência mundial para se trabalhar com esse tipo de equipamento. Esclareceu que, sob a gerência do ISGH, está o HGF e as UPAs de Fortaleza, que apresentam alta resolução nos atendimentos prestados.
Roberto Mesquita (PV) salientou que é alto o volume de recursos para o ISGH, mas o número de serviços prestados é compatível com a verba. Bethrose (PRP) disse que o Governo faz a sua parte, inclusive sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde.