Apesar de reconhecerem que o partido passa por um período de dificuldades, os deputados estaduais do PT apoiaram a nota da executiva nacional que denuncia estar sendo perseguida por setores da imprensa e por órgãos de fiscalização, entre os quais o Ministério Público. A resposta ocorre após a prisão do ex-ministro José Dirceu, no desdobramento da Operação Lava Jato.
Dos quatro petistas com assento na Assembleia Legislativa, somente Moisés Braz defendeu punição e expulsão para qualquer filiado do grêmio quando comprovada sua participação em algum crime ou ato de corrupção.
O deputado Manuel Santana disse que o PT tem sido sistematicamente perseguido por setores da mídia e instituições que direcionam denúncias contra a sigla, alegando que o mesmo não ocorre com legendas de direita. "Existe linguajar diferenciado, conduta diferente. Diz-se do Mensalão do PT, mas o mesmo esquema no PSDB dizem que é Mensalão de Minas Gerais para desvincular a culpa do PSDB", critica.
Em relação à prisão de José Dirceu, salientou achar estranho o ex-presidente do PT ser preso mesmo já estando cumprindo pena por outro crime. Segundo ele, o intuito da "manobra" é prejudicar o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.
Reinvenção
Moisés Braz defendeu uma "reinvenção" do partido e destacou que a prisão de José Dirceu não afeta o PT, já que o ex-presidente da sigla não teria qualquer influência no grêmio. "Não considero o José Dirceu como um grande quadro dentro do Partido dos Trabalhadores. O PT tem que fazer um debate profundo e, caso comprovado envolvimento de alguns em algo errado, seja quem for, tem que ser expulso imediatamente. Não importa o cargo que ocupa ou ocupou".
Já Rachel Marques analisa a situação como perseguição política. "O grande alvo é o PT e o que ele significa. Eu tenho certeza que o cerco político que o PT está sofrendo não é pelos erros que tenha cometido, mas pelos acertos que cometeu", declarou.
O deputado Elmano Freitas destacou que a nota demonstra preocupação da legenda com o futuro do País. Sobre a prisão de Dirceu, o deputado disse não conhecer os processos, mas ressaltou que há posicionamento diferenciado com o partido. "Diante de quem era o presidente do partido no passado, hoje não é presidente sequer de executiva municipal e demonstra como o partido tem tratado esse filiado".