Planos estaduais de Educação e de Cultura devem alimentar debate acirrado na Casa
FOTO: CAMILA DE ALMEIDA
As votações na Assembleia Legislativa só devem ser retomadas na semana que vem. De acordo com o presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (Pros), “nada vai ser votado esta semana, até porque as comissões ainda têm que se reunir”, declara. Entretanto, de acordo com ele, muitos temas já começaram a ser discutidos. “Nós não estamos com pressa de votar nada”, afirma.
Nesta semana, o governo já começa suas conversas com os parlamentares para negociar a aprovação dos planos Estadual de Educação (PEE) e de Cultura (PEC). Os dois tendem a gerar polêmica em virtude de, em determinados trechos, tratarem de combate à homofobia em termos que desagradam uma parte dos parlamentares.
No caso do PEC, que tramita na Casa desde o fim do semestre passado, já há emenda para alterar a redação da matéria, suprimindo o tema.
De acordo com o líder do governo, Evandro Leitão (PDT), o assunto será tratado com os parlamentares na busca de um consenso. Ele não antecipa se o tema da orientação sexual será mantido ou alterado.
Nelson Martins, secretário de Relações Institucionais, entretanto, destacou ao O POVO de ontem que nem tudo poderá ser modificado. “Os dois (planos de Educação e de Cultura) foram fruto de uma ampla discussão e debate.
Não saíram só da mão do governo”, defendeu.
De acordo com o ex-secretário Ivo Gomes (Pros), defensor da causa LGBT, “é uma coisa de cinema que estejamos discutindo isso”, referindo-se à possibilidade de suprimir o debate sobre sexualidade dos planos.
O grande desafio do governo está no fato de que, nestas matérias, a resistência é grande dentro da própria base aliada. E isso é agravado pelo fato de Camilo Santana (PT) ter uma base que ainda consolida sua coesão. (Renato Sousa)