O grupo político do ex-governador Cid Gomes começa a discutir, hoje, seu destino político. Os líderes já começaram uma conversa com o PDT. Na reunião marcada para as 18 horas, o grupo ouvirá os argumentos dos filiados e do prefeito Roberto Cláudio, que deverá defender mudança para o PDT – em 2013, ele já defendia a tese.
O grupo é formado por três deputados federais, dez estaduais, 70 prefeitos e vereadores. O pacto, firmado entre eles, é que todos rumarão juntos, seja qual for a decisão tomada. “Tem sido uma prática do grupo sempre compartilhar as decisões com os filiados. Então é uma primeira conversa para apresentar os fatos e, a partir de então, pensar conjuntamente o que deve ser feito”, afirmou recentemente RC, que garantiu que qualquer definição será tomada em conjunto.
Ao jornal O Estado, o deputado Antônio Balhmann (Pros) seguiu a mesma linha. Contudo, evitou antecipar qualquer conclusão sobre os rumos do grupo. Segundo ressaltou o parlamentar, a discussão da reforma política forçou o partido a discutir seus rumos, tendo em vista que ano que vem haverá eleição. “O cenário vai definir a posição de grandes líderes. É hora de discutir isso [reforma política]. Não é só uma questão de mudança. O Pros ainda é muito novo. O que nos fez ir para lá foi a necessidade da legislação. Trata-se de uma questão doutrinaria, o que não quer dizer desconforto. Apenas, uma limitação”, disse, afirmando que o Pros não dá condições de disputa eleitoral por ainda estar em desenvolvimento no País. Ele, porém, evitou falar sobre a possibilidade do grupo se filiar ao PDT. Na semana passada, houve a primeira reunião de negociação do grupo com o partido aliado. Os ex-governadores e irmãos, Cid Gomes e Ciro Gomes, e Roberto Cláudio disseram ao presidente do PDT, Carlos Lupi, que têm interesse na transferência. Lupi, porém, teria dado “carta branca” e lembrou-lhes que o PDT já decidiu lançar candidato próprio ao Planalto em 2018.
Impasses
A vantagem do PDT, segundo afirma aliados nos bastidores, é que o partido já está estruturado no Estado e há uma proximidade ideológica do grupo. Entretanto, a desvantagem é que, em alguns municípios, haveria conflitos, com disputa por espaços já ocupados pelos pedetistas. Na capital, o deputado Heitor Férrer, embora evite tecer comentários sobre o assunto, estaria “desconfortável” com as conversas do grupo de Cid e seu partido. Nos bastidores, a quem já aposte na saída de Heitor com a filiação dos irmãos Ferreira Gomes. Isso porque Heitor era ferrenho opositor à administração de Cid na Assembleia Legislativa.
Outro impasse está sendo o diálogo com a cúpula do Pros. Cid, inclusive, já conversou com o presidente nacional, Eurípedes Junior, e outra reunião ocorrerá, segundo informações da assessoria da sigla. Assim como fez na saída do PSB, Cid trabalha para que parlamentares com mandato não percam seus cargos com a migração. A expectativa, entretanto, é que seja aprovada emenda no Congresso Nacional que estabeleça uma “janela partidária” para que trocas partidárias sejam feitas no período de 30 dias, sem sanções. Contudo, as tratativas já foram iniciadas e estão sendo analisadas.