A Assembleia Legislativa do Ceará marca mais um ponto positivo ao lançar o Pacto pelo Pecém, iniciativa do seu Conselho de Altos Estudos, a fim de integrar esforços pela construção de uma agenda propositiva para o nosso Complexo Industrial e Portuário (CIPP). Já vai longe a concepção de que apenas o crescimento econômico é capaz de suprir as necessidades de um Estado e de seu povo. Hoje a ordem é buscar um desenvolvimento que alie crescimento, justiça social, respeito ao meio ambiente e compromisso com as gerações futuras.
Nesse sentido, a visita de dois dias que fizemos, em comitiva, ao Complexo Industrial Portuário de Suape (PE) e ao Polo Industrial de Camaçari (BA), nos permitiu agregar rica base de dados e conhecer os históricos dos dois complexos, que começaram a operar ainda na década de 1970.
Suape tem hoje mais de 120 empresas instaladas e 35 em implantação, incluindo uma refinaria de petróleo, três plantas petroquímicas, o maior estaleiro do Hemisfério Sul e o status de melhor porto público do País. São 20 mil empregos, com perspectivas de mais 38 mil na construção dos empreendimentos. Já Camaçari responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano e pela exportação de R$ 2,3 bilhões/ano. Fatura US$ 15 bilhões, gera 45 mil empregos, sendo 15 mil diretos.
A pujança de Suape e de Camaçari conferem a Pernambuco e Bahia destaque no cenário econômico nacional e liderança regional na atração de investimentos públicos e privados. Por outro lado, esse crescimento trouxe alto custo ambiental, com ocupações irregulares de áreas protegidas, intenso fluxo migratório e aumento de problemas sociais, evidenciando o outro lado da moeda, que tem demandado intervenções para a nova realidade surgida.
Nos últimos anos, o Ceará despontou com força nesse contexto. Hoje, tem a grande chance de potencializar ainda mais seu desenvolvimento, e o CIPP, agora com 10 anos, é um dos caminhos. Com localização geográfica estratégica, temos condições até de superar os dois complexos nordestinos. Mas, para tudo isso dar certo, é preciso planejamento, um plano diretor que coordene as ações do poder público e da iniciativa privada. Implantar equipamentos como o CIPP exige uma discussão harmoniosa. E é imbuído deste espírito que temos o prazer de integrar o Pacto. Através desta iniciativa, a Assembleia pretende reunir todos os atores envolvidos direta e indiretamente com e no CIPP, num esforço conjunto para construção das bases do desenvolvimento qualificado que interessaa todos. Dedé TeixeiraDeputado estadual (PT)