Lideranças regionais do PPS negam racha interno, em função da discordância do apoio ao prefeito Roberto Cláudio (Pros), que é candidato à reeleição, embora tenham divulgado nota de repúdio aos posicionamentos contrários. Eles, porém, avaliam como “natural” as divergências. O grupo liderado pelo deputado federal Moses Rodrigues é contra a manutenção da aliança, sob a justificativa de que o prefeito tem como principal aliado o Partido dos Trabalhadores (PT). Já o presidente estadual da legenda, Alexandre Pereira, defende que não existe contradição no atual apoio.
A contrariedade causou desconforto e gerou críticas dos deputados Moses Rodrigues e Tomaz Holanda, que inclusive encaminharam nota à imprensa. Eles afirmam que não existe nenhuma justificativa “coerente” e “plausível” que poderia levar o PPS a apoiar o atual prefeito, visto que existe uma orientação do diretório nacional de que o “PPS não fará coligações com o PT em face dos desmandos que esta sigla tem causado ao País”.
Além disso, na última eleição, o partido se posicionou contrario ao grupo político de RC. Porém, as trocas de farpas não são vistas como problema pelas lideranças socialistas. É o que diz Alexandre Pereira, ao ponderar que a opinião dos correligionários “faz parte do jogo politico”. “Não há conflitos. Ainda tem muita coisa a ser discutida. É um incômodo ter o PT aliado a Roberto Cláudio, mas temos que esperar. Eles podem ter candidato próprio, assim como nós podemos ter candidatura. É uma discussão natural. Assim como em todo partido temos correntes e pensamentos diferentes. O presidente nacional, Roberto Freire, vem a Fortaleza, em agosto, discutir o posicionamento do partido”, declarou. O PPS municipal tem conversado internamente para formar uma chapa de vereadores para 2016. O objetivo é eleger uma bancada de quatro vereadores.
Moses também preferiu não polemizar. Ele não acredita que o assunto ultrapasse os muros do plano político e chegue a um recha interno. “Existe um desentendimento de opiniões, que será resolvido no dia 1º de agosto, quando discutiremos a situação”, disse, em referência a vinda de Roberto Freire a Fortaleza. O parlamentar justificou ainda que o partido terá candidaturas próprias no interior do Estado, o que, conforme ele prejudicaria as disputas a atual postura do partido. Sobre o pleito na capital cearense, Moses defendeu candidatura própria da legenda. Ele lembrou o convite feito ao deputado Heitor Ferrer (PDT) para filiar-se a legenda.