No caso de Roberto Cláudio aderir ao trabalhismo, quem acabaria preterido na disputa é o deputado estadual Heitor Férrer, que foi o terceiro colocado na última disputa à Prefeitura de Fortaleza. “Ele não viria para o PDT sem a certeza de ser o candidato”, declara o deputado. E, perguntado se estaria disposto a deixar o partido para manter a ambição de ser prefeito, declara: “ter que sair do PDT é como me estuprar”. Heitor foi um dos principais críticos do governo Cid Gomes, que, por sua vez, foi um dos principais responsáveis pela eleição do prefeito. O deputado, entretanto, opta por nem conjecturar sobre tal cenário. “Eu prefiro me calar”, diz. Outros, porém, não tem tanto receio. “Os Ferreira Gomes já estão lá dentro”, declara um deputado. De acordo com o que O POVO apurou, o PMDB estaria se aproximando de Heitor. Ele já havia recusado convite feito pelo líder do partido na Assembleia, Audic Mota. Entretanto, as investidas não teriam cessado. O próprio Heitor afirmou que ontem, em conversa, um dirigente da juventude do PPS teria colocado a legenda a sua disposição. Segundo fontes ouvidas pelo O POVO, porém, o PDT não temeria uma desfiliação de Heitor. Para os trabalhistas, ele é considerado um partido de si mesmo por seus correligionários. Atualmente, é oposição ao governador Camilo Santana (PT), enquanto seu correligionário, Evandro Leitão, lidera a bancada governista. Heitor nunca se constrangeu em adotar posturas opostas às de seu partido. Enquanto a agremiação apoiava a reeleição de Dilma Rousseff (PT) na disputa do ano passado, ele declarava voto em Aécio Neves (PSDB). Já no segundo turno, a legenda anunciava adesão à candidatura de Roberto Cláudio, e ele dizia não votar “nem no candidato da prefeita (o petista Elmano de Freitas, apoiado pela então prefeita Luizianne Lins, também do PT), nem no candidato do governador (referindo-se a Roberto Cláudio)”. (RS)