Cúpula da CNBB defende que aplicação da Ficha Limpa para a contratação de comissionados é fundamental para a consolidação da democraciaCúpula da CNBB defende que aplicação da Ficha Limpa para a contratação de comissionados é fundamental para a consolidação da democracia
FOTO: ELZA
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem um comunicado sobre as eleições municipais deste ano em que pede que a lei da Ficha Limpa também seja aplicada para o preenchimento de cargos comissionados nas prefeituras.
A nota foi divulgada na cerimônia que marcou o último dia da 50ª Assembleia Geral da CNBB, que ocorreu no Santuário de Aparecida (180 km de São Paulo).
No documento, assinado pelo presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis, o vice da organização, dom José Belisário da Silva e o secretário-geral, Leonardo Steiner, os bispos afirmam que os votos nas eleições municipais “têm consequências para a vida do povo e para o futuro do país”.
“Aos eleitores cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos candidatos e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em vários lugares, explicitando a necessidade da Ficha Limpa ser aplicada também aos cargos comissionados para maior consolidação da democracia. Desta forma, dá-se importante passo para colocar fim à corrupção, que ainda envergonha nosso país”.
Na semana passada, A assembleia Legislativa do Estado do Ceará aprovou a aplicação da Lei da Ficha Limpa para a nomeação de funcionários comissionados nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na Câmara Municipal de Fortaleza, matéria de conteúdo semelhante está em tramitação.
De acordo com o presidente da CNBB, “há um desejo de toda a população de que a Ficha Limpa não seja aplicada só aos políticos, só aos candidatos a prefeito e vereador, mas todos aqueles que vão ocupar um cargo”.
Dom Raymundo Damasceno Assis também afirmou que espera que os políticos católicos cumpram suas funções com responsabilidade e a serviço da comunidade.
A CNBB também apontou qual é, na sua visão, o perfil ideal de um candidato. “Estes (candidatos) devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os efeitos, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades”, afirma a nota da CNBB.
Os bispos disseram ainda que os eleitores têm o dever de acompanhar a atuação dos candidatos depois das eleições. “O exercício da cidadania, no entanto, não se esgota no voto. É dever, especialmente de quem vota, a corresponsabilidade na gestação de uma nova civilização, fundamentada na defesa incondicional da vida, desde a fecundação até a morte natural; na promoção do desenvolvimento sustentável, possibilitando a justiça social e a preservação do planeta.”.
Iniciada no dia 18 de abril, a assembleia deste ano teve caráter comemorativo. Além de celebrarem o 50º encontro, os bispos reunidos em Aparecida também comemoraram os 60 anos da CNBB e os 50 anos do início dos trabalhos do Concílio do Vaticano 2, que implementou reformas profundas na Igreja Católica.
Trezentos e trinta cinco bispos compareceram à assembleia. O tema principal foi a “Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”, em que foi debatido a Bíblia como instrumento de evangelização. (da agência Folhapress) O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A CNBB é uma das entidades da linha de frente do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas para propor o projeto de lei de iniciativa popular que resultou na Lei da Ficha Limpa aprovada pelo Congresso e sancionada em 2010. SERVIÇO Sede da CNBBOnde: SE/Sul Quadra 801 Conjunto “B” - CEP : 70.200-014 -Brasília - Distrito Federal Site: http://www.cnbb.org.br/siteOutras informações: (61) 2103-8300