Senador Eunício Oliveira se reuniu com bancada na sexta para decidir estratégia do partido diante da crise na saúde
Após reunião com o senador Eunício Oliveira, presidente licenciado do PMDB, a bancada do partido no Ceará prepara ofensiva contra o Governo do Estado. A legenda tem a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, atrás apenas do Pros, principal agremiação da base aliada.
“O partido está unificado”, declara o líder da bancada, Audic Mota. Segundo ele, o principal tema do encontro foi a crise da saúde no Estado, assunto que já havia alimentado grande parte dos discursos dos peemedebistas durante a semana passada.
A crise também está na origem do convite feito pela Comissão de Saúde da AL, presidida por Carlomano Marques (PMDB), ao ex-secretário da Saúde Carlile Lavor para falar aos deputado. Além disso, há proposta de formação de comitiva de integrantes da Comissão de Orçamento e de Saúde para ir a Brasília esclarecer valores dos repasses federais ao Ceará.
A defasagem entre as verbas que vêm da União e a ampliação da rede de atendimento é apontada pelo governo estadual como a principal causa para a crise da saúde no Ceará.
Proposta por Audic Mota no início da legislatura, a CPI do Acquário, que conta com nove das 12 assinaturas necessárias para a sua instalação - sendo apenas duas do PMDB -, também esteve em discussão no encontro com Eunício, na última sexta-feira.
De acordo com o deputado Walter Cavalcante (PMDB), como os parlamentares ainda resistem a endossar a proposta - ele, inclusive -, quem deve tomar a decisão final é a executiva estadual, o que torna a deliberação obrigatória para os filiados. Segundo Walter, no caso de a legenda fechar questão sobre a CPI, “quem quiser ficar no partido assina, quem não quiser...”.
Para Eunício, a perspectiva é de que a executiva apoie a CPI. “Todos acham que essa questão do Acquario é um escândalo”, critica o senador e candidato derrotado ao governo em 2014.
A investigação legislativa, afirma Eunício, deve subsidiar processo já capitaneado pelo Ministério Público. Segundo ele, a decisão da executiva deve ser tomada amanhã.
Caso a executiva decida a favor da CPI, as assinaturas de Agenor Neto, Dra. Silvana, Carlomano Marques e Walter Cavalcante garantiriam mais do que as 12 necessárias à instalação. Danniel Oliveira e Audic Mota são os únicos signatários peemedebistas, a quem se somam Heitor Férrer (PDT), Renato Roseno (Psol), João Jaime (DEM), Tomáz Holanda (PPS), Carlos Matos (PSDB), Capitão Wagner (PR) e Fernanda Pessoa (PR).
Saiba mais
A proposta da CPI do Acquario vem sendo debatida desde fevereiro deste ano, quando o secretário do Turismo, Arialdo Pinho, decidiu suspender os pagamentos à americana ICM-Reynolds Entretanto, após reorganização da base aliada do Palácio da Abolição, o governo conseguiu tirar o protagonismo da oposição e barrar convocações de secretários e a própria instalação da CP na Assembleia Legislativa.