O governador Camilo Santana reuniu-se ontem com representantes da comissão de saúde da Assembleia Legislativa
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Diante da crise na saúde do Ceará, o Governo do Estado liberou cerca de R$ 60 milhões para a compra de material hospitalar para abastecer as unidades públicas de atendimento. A informação foi dada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa (AL-CE), o deputado Evandro Leitão (PDT). Na noite de ontem, o governador Camilo Santana (PT) reuniu parlamentares que compõem a comissão de saúde da AL, no Palácio da Abolição, e discutiu a formação de um comitê para encontrar uma saída para a crise.
O governador também apresentou números que, segundo ele, fazem do Ceará um dos estados que mais investiram na saúde nos últimos anos. “Eu já gastei, de janeiro a abril (deste ano), mais recursos do que foi gasto de janeiro a abril de 2014”, pontuou.
O chefe do executivo estadual afirmou que, de 2008 a 2014, o Ceará reduziu em 3% o número de leitos hospitalares. De acordo com Camilo, os hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) fecharam 1.300 leitos (cerca de 48% do total), enquanto o Estado aumentou 52%.
“O governo está fazendo a parte dele. Temos que ter mais recursos, não dá pra fazer milagre sem dinheiro pra saúde”, disse Camilo durante entrevista coletiva após encontro com deputados. Comissão de saúde
Presidente da comissão de saúde da Assembleia Legislativa, o deputado Carlomano Marques (PMDB) sugeriu ao governador, durante encontro na sede do Executivo, que, em vez de contratar cooperativas, o Estado passe a realizar concursos.
“Sem as cooperativas, os hospitais não funcionam. Por conta disso, eles fazem um cartel e colocam um preço lá em cima. Só o Hospital Geral de Fortaleza paga às cooperativas R$ 8 milhões por mês”, criticou.
Membro da comissão, a deputada Dra. Silvana (PMDB) afirmou ao O POVO que a situação na saúde estadual “é grave”. Como proposta, a parlamentar sugeriu que o Hospital da Mulher abra para atendimento de “homens, mulheres e crianças”.
A deputada assinalou também que a comissão vai trabalhar para que não haja cortes na área.
Saiba mais
Se a iniciativa do comitê da saúde foi bem recebida pela oposição, o mesmo não acontece com a justificativa para a grave crise na área. Para o governo, o problema é a defasagem nas transferências financeiras da União para a rede de atendimento, que foi ampliada. “Ele quer se livrar da culpa como gestor”, afirma Heitor
Para o pedetista, o governador concentra recursos em iniciativas que não são prioritárias para o Estado do Ceará. O parlamentar tem o Acquario Ceará como exemplo. “Que não tem verbas, nós podemos imaginar que seja verdade. Mas quem continua na insanidade de construir, por R$500 milhões, uma casa para peixe, não pode alegar isso”, alfineta
Elmano abraça a tese de Camilo. Apesar de afirmar que os repasses federais para o setor cresceram, o ritmo de ampliação da rede de atendimento foi aumentada ainda mais