Paulo Facó reconheceu que tentativa de voltar à Câmara Municipal ainda depende dos avanços na reforma política
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Mirando a disputa eleitoral de 2016, os ex-deputados estaduais que já foram vereadores de Fortaleza e não conseguiram a reeleição para o Legislativo Estadual se articulam previamente nos bastidores para tentar o retorno à Câmara Municipal. Eles alegam que as experiências adquiridas nos quatro anos de Assembleia Legislativa podem ajudar a subir o nível dos debates em âmbito municipal.
Mário Hélio (PMN), vereador de Fortaleza por quase dois mandatos, deixou a vaga em 2010 para compor o Legislativo Municipal. Sem sucesso na reeleição para deputado estadual, ele detalha já trabalhar e se colocar como candidato a vereador pelo PMN por entender que a caminhada para a eleição começou.
"Vou iniciar minha caminhada de onde comecei, se algum dia eu puder voltar a ser, tiver outra oportunidade. Já estou trabalhando, continuando meu trabalho comunitário do início da minha vida política, escutando o povo e levando a reivindicação para o Governo. Vou voltar a ser o 'cricrizinho' que eu fui".
Alegando o distanciamento da população em função do mandato estadual, Mário Hélio destacou estar se aproximando novamente dos moradores da cidade. "Quando a gente é deputado automaticamente começa a se afastar da população, o vereador é mais próximo", relatou.
Ele garante, no entanto, não se arrepender da mudança de Casa Legislativa por ter aprendido e evoluído com o nível do debate dos deputados estaduais. Hélio acrescenta que na Assembleia a maioria das discussões são amplas e em estágios mais avançados do que na Câmara.
Vereador por quatro mandatos, Paulo Facó (PTdoB) foi eleito para a Assembleia Legislativa em 2010 e, na última eleição, não conseguiu se eleger ao tentar uma vaga na Câmara Federal. Ele também tem a intenção de retornar à Câmara Municipal.
Mandato
Ponderando ter amadurecido, Paulo Facó descreveu ter entendido como deputado estadual a necessidade de um parlamentar trabalhar com agilidade e ter uma boa assessoria que o ajude a desenvolver o mandato.
Ele aponta ainda ter passado a enxergar que o tempo perdido com questões pessoais da população é o maior inimigo à atuação dos vereadores. "O vereador perde muito tempo com isso e deixa o principal de lado, legislar e fiscalizar o Executivo".
Facó conta que tem conversado com familiares para discutir uma possível candidatura em 2016, mas que a definição depende do PTdoB e do desenrolar da reforma política debatida no Congresso Nacional.
Eliane Novais (PSB), vereadora de um mandato incompleto conseguido na eleição de 2008 e deputada estadual por um mandato, também já se coloca como possível candidata a vereadora na disputa de 2016.
Ela, que é vice-presidente do PSB, conta ainda não ter tido uma reunião com o partido, mas afirmou que o seu potencial eleitoral a credencia para o pleito.
A ex-parlamentar ainda acredita que seu retorno à Câmara contribuiria para a construção de uma Casa Legislativa mais qualificada no desempenho das funções em razão de sua evolução política nos últimos anos.