O anúncio de que o PSD deixou o bloco governista na Assembleia Legislativa para atuar de forma independente na Casa resultou em mudança de posturas. Na sessão de ontem, o líder do Governo, o deputado Evandro Leitão (PDT), disse ter sido pego de surpresa e que não entende a “insatisfação” do partido. Com o rearranjo, a liderança do PSD será exercida pelo deputado Leonardo Pinheiro. Dois meses após a definição dos blocos parlamentares, que somam força para atuar no Legislativo, o PSD deixa o grupo de sustentação do governo composto por Pros, PT e PCdoB para assumir postura de independência, afirmou o presidente do partido, Almircy Pinto. A liderança do governo ponderou os benefícios do PSD, com suplência na Casa e cargo no Executivo. “Se existe insatisfação, não entendo. O próprio partido é contemplado pelo Governo do Estado através da secretaria”, disse Leitão. Secretário da Pesca e Aquicultura e deputado licenciado, Osmar Baquit (PSD) esteve na Casa para conversar com os correligionários. Os deputados da sigla reafirmaram apoio ao governo de Camilo Santana (PT), independentemente da saída do bloco. A legenda tem três representantes na Casa: Gony Arruda, Leonardo Pinheiro e Professor Teodoro - os dois últimos são suplentes. Visibilidade Os deputados ratificaram o discurso do presidente de que o partido quer ter a própria liderança na AL e maior visibilidade. Gony pontuou que foi informado da saída do bloco governista após a notícia circular na imprensa local, mas disse que já havia indicativos de que seria essa a postura do partido. Ele não esclareceu quais eram os indicativos. Almircy disse que a falta de diálogo e de espaço que critica na relação com o Executivo estadual não se trata de ocupar cargos, mas de participar de discussões e dar opiniões. Ele confirmou que o PSD não terá postura de oposição, mas também não ficará tolhido por liderança de bloco partidário. O presidente pontuou que todos os deputados sabiam da decisão e concordaram com ela. O novo líder do grupo, Leonardo Pinheiro, foi cotado para assumir a vice-liderança do bloco, o que, segundo Almircy, não atendia as pretensões do partido. Ainda em ajustes, o bloco deve ser liderado pelo deputado Wellington Landim (Pros), com a vice-liderança de Dr. Sarto (Pros). O PSD não definiu se terá vice-líder do partido. O regimento interno da Assembleia diz que os cargos em comissões e na Mesa Diretora podem ser revistos após saída de sigla de bloco partidário, caso haja contestação na Casa. A agremiação que se desvincular não poderá constituir ou integrar outro bloco na mesma legislatura. Gony Arruda acredita, no entanto, que a determinação não terá influência para a atuação do PSD porque a proporcionalidade no Legislativo, segundo o deputado, não costuma ser seguida.