Deputada pede a expansão da Universidade Federal do Ceará à Região da Ibiapaba. Ela reclama do deslocamento dos estudantes
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Parlamentares comemoraram, na manhã de ontem, a autorização do Ministério da Educação (MEC) para abertura de cinco novos cursos de Medicina no Interior do Estado, nos municípios de Crateús, Iguatu, Itapipoca, Quixeramobim e Russas. O anúncio foi feito pelo presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (PROS), para em seguida agradecer ao ministro da Educação Cid Gomes (PROS).
Enquanto deputados que representam os municípios contemplados celebraram a decisão, parlamentares de outras regiões lamentaram que suas cidades tenham ficado de fora. Foi o caso de Ely Aguiar (PSDC) e João Jaime (DEM), que reclamaram a ausência do Município de Crato e um da Região da Ibiapaba, respectivamente. "Crato foi primeira cidade que apareceu como possível para receber (o curso), e acabou ficando de fora", lamentou Ely.
A deputada Mirian Sobreira destacou a importância do curso de Medicina para Iguatu, onde tem sua principal base eleitoral, e nos demais municípios cearenses. "Os municípios se habilitam. Acho que o Crato ainda vai recuperar, e nossa luta é para que Crato, Juazeiro do Norte e diversas outras cidades tenham faculdades. Um não inviabiliza o outro", apontou. "A gente não pode tirar o mérito do ministro da Educação, que deu prioridade ao Estado. Tenho certeza que ele vai dar uma atenção muito especial ao Ceará".
Para a deputada, a implantação de novos cursos de Medicina possibilitará, além da formação de um maior número de médicos, permitirá, também, que esses profissionais permaneçam no Interior para atender aos cidadão que moram longe da Capital. Ela, que assumirá em breve a Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas, destacou ainda que os cursos representam mais oportunidades para os jovens melhorarem de vida e de não se envolverem com drogas.
Distantes
Já Augusta Brito (PCdoB), em pronunciamento, ressaltou a necessidade de se expandir a Universidade Federal do Ceará (UFC) para a região da Serra da Ibiapaba. Para ela, o Interior não pode continuar convivendo com o êxodo dos jovens que procuram o Ensino Superior em regiões mais distantes.
"Imaginem o tamanho do prejuízo, ao perdermos nossos melhores quadros, além do sofrimento causado pela separação no seio de nossas famílias, com a partida dos filhos rumo as grandes cidades", destacou Augusta. Ela ainda apontou que, apesar de a Universidade do Vale do Acaraú (UVA) estar mais próxima da região, há o problema do deslocamento diário, "com custos e risco para os estudantes". "Nada mais sensato que a instalação do Campus da Universidade Federal do Ceará da Serra da Ibiapaba", defendeu.
A parlamentar ponderou ainda que, depois do processo de expansão das universidades públicas iniciado pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o Ceará convive com uma realidade "absolutamente diferente" da que vivia 20 anos atrás. "Além da criação de novas (expansões), como a de Sobral, do Cariri e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção, muitos campi foram instalados em municípios do Interior do nosso Estado".
Augusta afirmou que irá entrar em contato com o reitor da UFC, Jesualdo Farias, e com o ministro da Educação, Cid Gomes, que avalia ser "um importante trunfo", afirmando que o ex-governador já conhece a demanda da região. "Faço um apelo a todos os colegas, notadamente aqueles votados na nossa região, para que possam também reforçar esta nossa importante demanda", apontou.