Deputados reunidos, na manhã de ontem, para as eleições de presidentes e vices das comissões técnicas do Legislativo cearense
FOTO: BRUNO GOMES
Durante toda a manhã de ontem, os deputados estaduais cearenses se ocuparam da eleição dos presidentes e vice-presidentes indicados pelas lideranças de blocos para dirigirem os trabalhos das comissões técnicas permanentes nos próximos dois anos. Apesar da ausência de alguns integrantes dos grupos, assim como a colocação de nomes para a disputa de vagas na última hora, todas as 18 comissões escolheram seus dirigentes e, inclusive, algumas já realizaram reuniões na tarde passada.
Os trabalhos de escolha de presidente e vice ocorreram antes da sessão ordinária, na parte da manhã, e após o uso da palavra de alguns parlamentares na tribuna do Plenário 13 de Maio a sessão foi suspensa para a votação nas comissões que ainda faltavam escolher os dirigentes.
Nem todos os membros de comissões compareceram às votações e o quórum só foi possível graças a presença dos suplentes. O deputado Welington Landim (PROS), por exemplo, não estava presente quando da votação da comissão de Constituição e Justiça, da qual foi escolhido como vice-presidente.
Indicações
O não comparecimento de alguns deputados demonstram, justamente, aquilo que foi mostrado em matéria do Diário do Nordeste de ontem, onde foi registrado que poucas reuniões ordinárias foram realizadas e os debates escassos no ano de 2014. Carlomano Marques (PMDB), escolhido como presidente da comissão de Seguridade e Saúde também não compareceu aos trabalhos de ontem.
Outros parlamentares reclamaram que não foram avisados das reuniões para escolha dos presidentes das comissões, como Wagner Sousa (PR), que, inclusive, chegou a criticar, em plenário, o modelo como algumas legendas foram agraciadas com cargos nas comissões técnicas.
O republicano informou que vai entrar em contato com a Mesa Diretora para reclamar de algumas indicações. Corroborando com o colega, Fernanda Pessoa (PR) disse que na Legislatura passada o partido tinha mais espaços do que atualmente.
Logo pela manhã, ao chegar no Complexo das Comissões, a deputada Silvana Oliveira (PMDB), que foi escolhida presidente da comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, não sabia o que estava acontecendo. Na escolha para a comissão de Educação, o deputado José Sarto (PROS), presidente do grupo, foi surpreendido com dois votos anulados para sua indicação como presidente.
Com isso, ele obteve apenas cinco votos favoráveis à sua indicação, enquanto que o vice, Elmano de Freitas (PT), conquistou a unanimidade do grupo. Sarto explicou que a comissão é um dos pilares da Casa, pois a Educação, segundo ele, "é a vertente mais nobre de um Governo.
O grupo contará ainda com a participação de três deputadas: Augusta Brito (PcdoB), Silvana Oliveira (PMDB) e Mirian Sobreira (PROS), que atuará até ser chamada para trabalhar no primeiro escalão do Governo.
Cultura
Já a comissão de Cultura e Esporte terá como presidente e vice dois deputados ligados aos esportes: Gony Arruda (PSD), ex-secretário do Esporte, e Evandro Leitão (PDT), presidente de time de futebol, o Ceará.
O grupo se reuniu já na tarde de ontem para analisar matéria da Secretaria de Cultura que tramita na Casa desde a semana passada. A comissão de Constituição e Justiça também marcou reunião para a tarde de ontem, visando debater a mesma mensagem.
Outra curiosidade na escolha dos parlamentares que farão parte dos colegiados da Assembleia foi o pedido de desistência do deputado Ely Aguiar (PSDC) em participar como membro das comissões de Defesa do Consumidor e de Ciência e Tecnologia. Conforme explicou, a solicitação foi feita porque ele não teria tempo para se dedicar aos grupos, uma vez que é vogal da Mesa Diretora e trabalha, no período da tarde, como profissional de comunicação, no horário de reuniões da comissão.
Dois deputados de oposição, que não concordaram como as indicações foram feitas, resolveram protestar e colocaram seus nomes para a disputa. Renato Roseno (PSOL), logo pela manhã já havia avisado à presidência o seu interesse de postular o comando da comissão dos Direitos Humanos. O parlamentar chegou a dizer que se capacitou, ao longo de mais de 20 anos, na luta em defesa dos direitos humanos, e que portanto, iria pleitear a vaga.
Foi derrotado com quatro votos a um, e ainda ironizou dizendo que 20% foi a sua maior porcentagem em uma votação. O nome escolhido foi o do Zé Ailton Brasil, do PP. O novo presidente disse que vai ser democrático em sua atuação, e convidou todos os movimentos sociais interessados no tema para fazer o debate junto com a comissão.
Wagner Sousa foi outro que colocou sua candidatura para disputar a presidência da comissão de Defesa Social, e justificou que tem conhecimento adquirido para trabalhar à frente do colegiado. Também foi derrotado por Robério Monteiro (PROS) por quatro a um.
Das 18 comissões técnicas permanentes da Assembleia Legislativa, apenas duas ficaram com deputados que tendem a ser oposição ao Governo Camilo Santana. Neste caso foram a de Trabalho, Administração e Serviço Público, que é presidida por Agenor Neto (PMDB); e a de Viação, Transporte e Desenvolvimento Urbano, presidida por Heitor Férrer (PDT). A deputada Fernanda Pessoa, que faz parte da oposição na Casa, foi eleita vice-presidente da comissão de Juventude.
Ainda durante votação dos presidentes e vice, ontem, a deputada Bethrose (PRP), escolhida presidente da comissão de Infância e Adolescência chegou a criticar o Estado, a quem ela chamou de culpado, junto com a família, pela omissão no tratamento de jovens. Já Júlio César Filho, durante votação da comissão de Juventude, disse que nunca imaginou que teria prazer em votar em Fernanda Pessoa para a vice-presidência da comissão de Juventude. Os dois são adversários políticos no Município de Maracanaú.
Reuniões
Os deputados também definiram, ainda ontem, o horário de reuniões ordinárias a serem realizadas pelas comissões. A de Direitos Humanos, por exemplo, se reúne todas as quintas-feiras, a partir das 14h30. A de Constituição e Justiça às quartas-feiras às 15 horas, e a de Orçamento também às quartas, às 15h30. As comissões não podem ter reuniões ordinárias no horário de sessões plenárias, segundo o Regimento Interno da Casa. Os deputados têm compromissos com o plenário pela manhã.