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Consumo supera em 16,7% o ideal - QR Code Friendly
Sexta, 06 Fevereiro 2015 13:16

Consumo supera em 16,7% o ideal

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  A escassez de chuvas afeta diretamente a crise no abastecimento de água no País, mas em agravo a essa situação, boa parte dele não consome esse recurso natural como deveria, a exemplo, o Ceará. Segundo o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, em 2013, o Estado tinha um consumo per capita de 128,4 litros de água por habitante por dia, totalizando 16,7% a mais do que o recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 110 litros por pessoa. > Cearense pode ter dois reajustes de água O total teve uma variação de 0,5% em relação à média dos últimos três anos do levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), incluindo 2013, quando o consumo por habitante no Estado era de 127,7 litros diários por cada pessoa. Apesar do valor superior recomendado pela ONU, o Ceará ficou entre os estados com o menor consumo do País, abaixo da média nacional, de 166,3 litros, e atrás apenas de Sergipe, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Alagoas. O Rio de Janeiro, com um consumo diário de 253,1 litros de água por habitante, mais de duas vezes o recomendado, é o estado que mais consome água no Brasil. O Maranhão vem na segunda posição com mais gasto de água, com um consumo de 230,8 litros diários por pessoa. Embora o uso esteja além do esperado, a situação enfrentada pelo País deixa em alerta grande parte da população. Preocupadas com a escassez do recurso, várias pessoas gravam cenas de desperdício com o objetivo de denunciar a situação. Pela ferramenta VCrepórter, no Whatsapp (85-8948.8712), sete vídeos de desperdício de água foram encaminhados ao Diário do Nordeste em menos de um mês. Vazamento Em um deles, enviado em 12 de janeiro, as imagens mostram um vazamento em um equipamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), em uma rua do bairro Montese. No áudio, o autor do vídeo relata que o problema ocorria desde o dia 3 de janeiro e critica a falta de campanhas sobre a economia de água. Em outra gravação, do dia 31 de janeiro, as imagens mostram um grande volume de água vazando de uma caixa d'água no município de São Benedito, fazendo com que parte da rua ficasse com grande acúmulo de água. Casos de desperdício na Capital, no bairro Parangaba, e nas cidades de Maracanaú e Pacatuba também foram enviados por meio do VCrepórter. A Cagece informa que o índice atual de água não faturada é de 25%, estando a Companhia entre as melhores empresas de saneamento mais eficientes do Brasil nos últimos quatro anos. Explica, ainda, que disponibiliza vários canais de atendimento, via telefone, Internet e smartphone, por onde a população pode encaminhar as demandas. Por meio de estudo informal realizado por um de seus técnicos como base para quantidade de gastos em uma residência, a Cagece explica que, em um apartamento de 88m² ocupado por cinco pessoas, o consumo per capita chegou a 129,3 litros por pessoa ao dia. O consumo mensal foi de 20.038,5 litros e destes, 29% foram gastos com banho, 17,1% com lavatório, 17,4% com vaso sanitário, 10,3% com serviços de cozinha e 23,8% com lavagem de roupa. A companhia destaca, ainda, que, por meio da Gerência de Responsabilidade e Interação Social (Geris), promove ações de conscientização para que a população evite o desperdício de água. Em 2014, segundo a Cagece, foram realizadas 116.237 mil ações com um total de 445.086 mil pessoas conscientizadas, entre visitas domiciliares e eventos socioeducativos. Volume nos açudes cai, e plano não é concluído O Açude Gavião atingiu ontem 92,89% de sua capacidade, o menor nível desde o dia 23 de agosto do ano passado, quando esteve com 92,7% de seu volume total. Na última terça-feira, o Gavião estava com 93,85% da quantidade de água que pode comportar. Isso significa que, em apenas dois dias, houve um decréscimo de 319 bilhões de litros de água no reservatório, de acordo com informações obtidas no portal da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O Gavião é o único no Ceará que ainda contém mais de 90% de sua capacidade de volume de água. Questionada sobre a diminuição no índice do Gavião, a Casa Civil do Estado do Ceará, por meio da Coordenadoria de Imprensa, informou que o açude em questão mantém-se acima da média dos demais por uma questão operacional, tendo essa capacidade porque é interligado ao sistema Pacoti/Riachão e Castanhão. Informa ainda que a manutenção da capacidade do Gavião é uma questão de transferência hídrica. Atualmente, toda a água que abastece Fortaleza vem do Açude Castanhão. Este, entretanto, também vem diminuindo as suas reservas a cada dia, desde maio do ano passado, quando chegou a manter 39,94% da sua capacidade. Ontem, o índice de água contida no Castanhão era de 23,97% de seu volume total. Sem plano Ainda que os índices dos reservatórios de água sigam diminuindo e o Ceará tenha iniciado o quarto ano seguido de seca, o Governo do Estado não concluiu o plano de enfrentamento à estiagem. Em entrevista ontem, no Palácio da Abolição, após reunião com o Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o governador Camilo Santana se limitou a dizer que apresentará o projeto em breve, sem as detalhar datas. Na última quarta-feira (4), o governador esteve em Brasília onde entregou ao ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, as ações prioritárias do Estado para o enfrentamento da seca. "Foi o tema que tratei com prioridade. Fui apresentar a situação do Ceará que eu pretendo, inclusive, apresentar em breve na Assembleia Legislativa. Nesta sexta-feira, vai haver uma reunião do Mercadante com vários ministérios para discutir o problema hídrico no Brasil. Então, eu já me antecipei e fui apresentar a ele as ações urgentes que precisam ser tomadas no Ceará e que nós precisamos da ajuda do Governo Federal", disse Camilo. Ainda em Brasília, ao tratar de financiamento de adutoras com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, Camilo garantiu que Fortaleza não corre risco de desabastecimento de água, como ocorre em São Paulo, porque uma longa adutora traz água do Castanhão para a Capital. Contudo, outras regiões do Interior do Estado correm sério risco de desabastecimento, caso novas adutoras não sejam construídas. Na reunião de ontem com Gilberto Kassab, Camilo apresentou ainda a demanda por mais 50 mil moradias para o Ceará na fase três do programa Minha Casa, Minha Vida, além do interesse em criar uma nova linha de monotrilho e a vontade de ampliar a rede de esgotamento sanitário de Fortaleza, que hoje cobre 70% da Capital. Renato Bezerra/Ranniery MeloRepórteres
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