Na manhã de ontem, vários parlamentares foram à tribuna da Assembleia criticar cancelamento dos investimentos da Petrobras na Premium II
FOTO: FABIANE DE PAULA
Diante da decisão da Petrobras em cancelar a refinaria Premium II no Ceará, o deputado Heitor Férrer (PDT) deu entrada, na manhã de ontem, em um requerimento para a realização de sessão extraordinária convidando autoridades, já na próxima segunda-feira, para discutir os impactos da decisão para o Estado. Subscrito por outros 12 parlamentares, o requerimento solicita a presença do ex-governador e atual ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), que Heitor afirmou ser "o maior protagonista do equipamento".
Também serão convidados o governador Camilo Santana (PT), a bancada federal, o procurador geral do Estado, Juvêncio Vasconcelos Viana, o secretário de Infraestrutura, André Facó, o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Cláudio Pinho, bem como o secretário regional José Edirardo Silveira e todos os vereadores do Município, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Valdomiro Távora, o gerente-geral da Petrobras/Lubnor, Fábio Lopes de Azevedo, entre outros.
Na avaliação de Heitor, o Ceará foi vítima de uma das maiores farsas cometidas pelo Governo Federal, sendo enganado tanto pelo ex-presidente Lula como pela atual presidente Dilma Rousseff. "Lamentar é para os fracos. Temos que reagir e exigir das autoridades o que nos foi prometido, o que foi utilizado para fins eleitoreiros, e buscar o sonho do Estado, que é a refinaria. Não vamos cruzar os braços e dizer amém a essa decisão", assevera.
O parlamentar destacou que o prejuízo de quase R$ 700 milhões investidos em ações para receber o equipamento não é do Governo do Estado, mas de toda a população cearense. "O Governo não teve prejuízo de um real, porque não produz nada. Todo o dinheiro que o Ceará gastou veio do sofrido bolso de cada cearense. O Estado do Ceará não produz um centavo, apenas arrecada, e está hoje esse dinheiro jogado na lata do lixo", critica.
Calote político
Deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que o PT se transformou no partido "que aplica o maior calote político no povo brasileiro" e ironizou que o número da agremiação deveria ser 171, e não 13, em referência ao artigo do Código Penal que trata do crime de estelionato. Fernando Hugo (SD) destacou que o acontecimento foi "a maior humilhação que um estado já sofreu".
O assunto foi retomado por diversos parlamentares durante a sessão, como Capitão Wagner (PR), que reconheceu ter acreditado que a refinaria vinha para o Estado. Já Carlos Matos (PSDB) apontou que a promessa da mais alta autoridade do País gerou expectativa aos cearenses, que foram "atropelados" pela decisão da Petrobras. "Foi um desrespeito grave", endossou.
Por sua vez, João Jaime (DEM) apontou nunca ter acreditado que a refinaria viria para o Estado e relembrou que, na legislatura passada, fez vários pronunciamentos na tribuna destacando que, em nenhum plano quadrienal da estatal, havia "um centavo" para obras de construção do equipamento. "A Petrobras está quebrada e não tem dinheiro para explorar", disse.
Suplente
Após o secretário do Esportes, David Durand (PRB), entregar o comunicado à Presidência da Casa informando ter aceitado o convite do governador Camilo Santana, o suplente Fernando Hugo (SD) pôde assumir a vaga de deputado, na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa. O parlamentar chegou a ir à Casa na terça-feira tomar posse, mas, devido à falta de comunicação, soube no plenário que não o faria.
Hugo foi conduzido ao plenário pelos deputados Roberto Mesquita (PV), Evandro Leitão (PDT), Joaquim Noronha (PP) e Dra. Silvana (PMDB), onde prestou o juramento e foi declarado empossado. O parlamentar exerce o cargo de deputado pela sétima vez e foi cumprimentado por diversos colegas que acompanharam sua posse.