Com o ano de 2015 já se pré-anunciado como um ano “difícil”, alguns deputados reeleitos, em entrevista a O Estado, declararam suas expectativas e desafios ao longo do ano. Eles ainda destacaram os momentos mais marcantes de 2014, que foi um ano eleitoral marcado por grandes conflitos políticos.
O deputado Roberto Mesquita (PV) disse esperar que toda a previsão negativa para este ano não se concretize. Para ele, as deflagrações de corrupções em 2014 foram decisivas para que 2015 seja esperado como um ano “difícil”. “O ano de 2015 se prenuncia tão ruim que a gente já pede a Deus para que não seja verdade, já que não prevemos o futuro. A questão da corrupção que está sendo apurada na Petrobras está diminuindo a autoestima do povo. Todos esses fatores está influindo negativamente naquela sensação que nos temos de ano novo. Eu espero que tudo isso que esteja acontecendo, seja a democracia aparecendo, seja as instituições funcionando”, pontuou.
Para o deputado Ronaldo Martins (PRB), que deixa a Assembleia para assumir uma cadeira na Câmara Federal, o maior desafio será controlar a segurança pública, algo que ele promete trabalhar assiduamente na Câmara de Deputados. “O maior desafio, realmente, será a segurança pública. Vamos levar esse tema para Câmara Federal e defender um reajuste no salário dos policiais. Acho que um policial trabalhando bem remunerado no seu Estado vai trabalhar mais satisfeito e poder se dedicar mais ao serviço sem precisar fazer “bicos”. Acho que é fundamental reconhecer o trabalho desses profissionais, para que a segurança comece a funcionar melhor”, avalia.
Já para o deputado Heitor Férrer (PDT), a condição financeira do Estado será o maior trabalho deste ano. Com os cortes previstos pelo governo federal, em repasses financeiros para os Estados, Heitor avalia que administrar o Ceará será mais complicado. “O próximo governador terá grande dificuldade de custear a maquina. Mas a sua função não é de nos trazer dificuldade mas de resolver os problemas”, apontou.
O deputado José Sarto (Pros) avaliou que, dentro da Assembleia Legislativa, será um ano diferenciado em que a oposição terá uma representação significativa. “Eu acho que, na Assembleia, nós vamos ter uma oposição bem revigorada, tanto quantitativamente quanto qualitativamente. A assembleia será bem mais organica, então será um ano, politicamente bem mais diferenciado”, afirmou.
MARCOU EM 2014
De um modo geral, os deputados destacam, no ano que passou, o período eleitoral, que, para muito deles, foi diferente de qualquer eleição anterior. No entanto, todos eles destacaram um fato especifico, coincidentemente, dentro desse período. Para Ronaldo Martins o resultado apertado para a escolha do novo governador do Ceará foi o que mais marcou. “A gente viu que realmente estava muito dividido, tanto que o resultado do primeiro turno foi com uma diferença de pouquíssimos votos em comparação ao total de eleitores”, apontou.
A disputa apertada pelo Governo do Estado também foi destacada por Roberto Mesquita. O deputado ainda destacou o “racha” na aliança política entre Cid Gomes (Pros) e Eunício Oliveira (PMDB). “Foi um ano singular. Nós vimos um grupo político que era soberano se desmembrar e, ao se desmembrar, fez com que os embates políticos ficassem mais acalorados. Tivemos embates na Assembleia onde a oposição ficou mais robusta, dado essa divisão que houve no grupo politico do (ex) governador. Eleições que foram para o segundo turno, onde os candidatos disputaram em pé de igualdade, o que diferencia essas eleições”, pontuou.
Heitor Férrer também destacou o “racha” na aliança de Cid e Eunício. “A eleição de outubro para mim foi o maior marco de 2014, pois foi uma eleição que dividiu aliados e que foi muito bem disputada. E também um dado, que é muito pessoal meu, é que não tivemos boas opções, nem na esfera federal nem na esfera estadual”, destacou.
Diferente dos demais, além de destacar as eleições como um marco de 2014, José Sarto, aponta a ida de grupo político, que é liderado pelo ex-governador Cid Gomes, para o então recém-criado Pros. “A decisão do nosso grupo de se filiar ao Pros, que é um partido novo que ainda está engatinhando na política, foi muito marcante, porque, efetivamente, isso modifica muito o nosso dia a dia”, disse.