Entre o diálogo e ruído
Frase do governador Camilo Santana (PT), durante o discurso de posse ontem, na Assembleia Legislativa: "Sei que não poderei governar sozinho. Preciso e sobretudo valorizo o trabalho de parlamentares que chegaram aqui pela vontade do povo cearense". Em resumo, parceria. De fato, pode até ser o que ele quer, mas certamente não vai ser o que terá. A organização dos opositores já de olho na disputa de 2016, quando estará em jogo o poder municipal, assim determina. E no empurra-empurra da caça aos votos, criar dificuldades é uma das estratégias mais aplicadas. Se Camilo deseja diálogo, é mais provável que tenha ruídos.
É nesse cenário, dividido entre o diálogo necessário e o ruído presumível, que as habilidades de articulação política de Camilo serão inicialmente testadas. Afinal, ele vai precisar de uma base parlamentar forte, inoculada contra o assédio dos adversários. E isso é um desafio e tanto.