A formação de um bloco de oposição na Assembleia Legislativa (AL) para a próxima legislatura, que se inicia em 1º de fevereiro de 2015, já começa a se articular com a liderança do PMDB. Deputados de sete legendas reuniram-se na manhã da última terça-feira (11) para começar a definir pontos e táticas de como o grupo, que, por enquanto, se define como um “bloco independente, com tendência à oposição”, irá agir durante os próximos quatro anos. O grupo começa a ter destaque por estar escorado politicamente ao senador Eunício Oliveira (PMDB) e, possivelmente, comecará a ter o apoio do senador eleito Tasso Jereissati (PSDB).
O deputado Danniel Oliveira (PMDB), um dos articuladores do bloco, informou que o encontro de terça-feira foi o primeiro do grupo e que, por enquanto, foi acordado apenas o compromisso de união, para que não haja nenhum desgaste no decorrer da legislatura. “A ideia é juntar um bloco que se mantenha unido para que a gente possa defender as causas desses deputados na Assembleia e, acima de tudo, os diretos do povo cearense. Vamos fazer uma oposição inteligente e racional, uma oposição que busque fazer com que os compromissos que foram feitos durante a campanha sejam todos cumpridos. Nós estamos na perspectiva de fazer uma fiscalização mais intensa”, enfatizou Danniel.
O grupo que, até o momento, conta com 13 deputados, entre reeleitos e eleitos, afirma que um dos objetivos é buscar um lugar na mesa diretora da Casa. O deputado João Jayme (DEM) afirma que, dependendo do número de aliados que eles conseguirem dentro da Casa, eles irão buscar esse espaço na Mesa. Por enquanto, o bloco é formado pelas seguintes legendas: PMDB, PR, PSDB, DEM, PSC, PSDC e PPS. Os membros estão articulando a entrada de pelo menos mais dois partidos para sua formação final, um deles, que já estaria em negociação avançada, seria o Solidariedade.
Sem adiantar quais as siglas, João Jayme afirmou que a adesão destes partidos aumentaria o número de opositores na Casa para até 18. Isso colocaria quase 40% da AL como oposição ao futuro governo Camilo Santana (PT). Entre os partidos que elegeram dois deputados e que teriam possibilidades de compor o bloco, estão o PP, PSD e o PDT.
“A boa prática é que a mesa seja eclética, por bancada de partido ou por bancada de bloco, então, dependendo da quantidade de deputados que a gente atingir, vamos buscar espaços nas comissões e na mesa. Por enquanto ainda não temos musculatura para a disputa a Presidência da AL, mas ainda temos tempo até o grupo estar totalmente formado”, afirmou João.
Eunício
O bloco de oposição terá como líder o senador e ex-candidato ao Governo do Ceará, Eunício Oliveira. Para Danniel Oliveira, sobrinho do senador, Eunício irá dar ao grupo as “condições políticas necessárias” para que o bloco se imponha dentro da AL, levando também para o Congresso ideias e projetos inicialmente apresentados na Assembleia Legislativa do Ceará.
“O Eunício irá nos dar a condição política de poder nos fortalecer, não somente ele como também o Tasso, caso realmente venha fazer parte desse bloco. Nós seremos um grupo que, de fato, terá um peso político muito forte. Nossos líderes nos darão subsídios políticos para fazermos o intercâmbio de informações”, pontuou.
O bloco também conta com o apoio do vice-presidente do PR Ceará e ex-candidato a vice-governador, Roberto Pessoa. A pretensão é que todo o bloco se reúna com seus líderes – Eunício, Tasso e Roberto -, até o final do mês. “Eles, como nossos líderes, irão nos orientar”, destacou Danniel.