Aberto ao diálogo, mas de olho nas ações do futuro governador do Ceará, Camilo Santana (PT). É assim que promete ser a atuação do vereador Capitão Wagner (PR), que foi eleito o deputado estadual mais votado da última eleição, e participará dos próximos quatro anos, com mais 12 deputados, do bloco de oposição da Assembleia Legislativa do Ceará. Representante da bancada da “Segurança”, o republicano que construiu, durante a campanha eleitoral, junto com entidades e lideranças da oposição, uma proposta de Plano de Segurança, afirmou em entrevista ao jornal O Estado que aguarda sinalização de Camilo Santana para dialogar.
Sobre as articulações políticas, apesar de a última votação ter sido expressiva, ao ponto de, na avaliação de seus aliados, credenciá-lo para ser um dos concorrentes à disputa municipal em 2016, Capitão Wagner afirma que a candidatura para a Prefeitura de Fortaleza não está em seus planos.
“Estamos abertos ao diálogo. O nosso plano não está acabado. Estamos abertos às sugestões. A gente quer participar desse debate, que é extremamente importante, porque eu conheço a realidade da ponta”, disse, ressaltando que espera que Camilo Santana seja um governador que cumpra tudo que está anunciando em relação ao diálogo.
Capitão Wagner teve acirramento político agravado desde 2012 com a família Ferreira Gomes e ganhou visibilidade, conseguindo eleger-se para a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFort), após encabeçar uma greve da Polícia Militar, no mesmo ano.
OPOSIÇÃO
Apesar de haver toda uma mobilização nos corredores da Assembleia Legislativa para a composição da nova bancada de partidos opositores ao futuro governo, Wagner dá conta de que a articulação do bloco, que será composto por cerca de 13 parlamentares, é para que possa gerar um equilíbrio de forças no Legislativo. “Hoje, a ampla maioria é do governo. Tudo que se manda para a Casa é aprovado. Cerca de 41 deputados estão com Cid”, disse.
Para Capitão Wagner, a união dos 13 deputados contribui, principalmente, para aprovar projetos dos deputados opositores, realidade impossibilitada, segundo ele, nas gestões de Cid. “Porque quando o projeto é da oposição, ele não tem a menor possibilidade de ser aprovado, não deixando nem tramitar nas comissões”, complementou.
SUCESSÃO ESTADUAL
Sobre a possibilidade de concorrer nas próximas eleições municipais, o republicano não negou a possibilidade, mas reverberou ser ainda muito cedo para discutir sobre o assunto. “Estamos preocupado em fazer um bom mandato, até porque a visibilidade é bem maior do que a Câmara Municipal. Não adianta o Capitão Wagner ser o deputado mais bem eleito do Estado e não apresentar um trabalho que não venha a credenciar a concorrer outros cargos”, disse, pontuando que o reconhecimento da população de Fortaleza, dando-lhe 130 mil votos, o faz idealizar futuramente um cargo executivo.