O TARDIO PROGRAMA DE CAMILONa Assembleia Legislativa, ontem, o deputado estadual e governador eleito Camilo Santana (PT) voltou a prometer apresentar programa de governo até a posse - ora, viva - e disse que estará disponível na página do governo, como referência para a população e instrumento de cobrança. Isso é ótimo, mas seria melhor se o eleitor tivesse a oportunidade de conhecê-lo antes. Fico a me perguntar o que poderá fazer aquele que votou em Camilo mas não vier a concordar com o programa. Indagado a esse respeito, o governador eleito disse considerar muito salutar a possibilidade de construção coletiva. É mesmo, mas não precisa esperar a campanha para isso. Muito menos seu final.
A razão para não divulgar programa foi explicitada pelo marqueteiro Renato Pereira, em entrevista à Folha de S.Paulo no último dia 27 de outubro. Ele classificou a apresentação de programa de governo por Marina Silva como “erro bobo”. “Ninguém divulga. (...) tanto Aécio quanto Dilma trabalharam fortemente contra o que ela lançou. (...) Uma coisa é dizer quais são suas ideias e compromissos centrais. Outra é entrar no nível de detalhe que permita um trabalho de desconstrução. Quanto mais detalhe, mais se enrola”.
O ponto é esse: programa é melhor para o eleitor que para o candidato. Antes da eleição, é objeto de questionamento. Depois, de cobrança. É compreensível que o candidato não queira apresentar programa. Errado é o eleitor aceitar votar às escuras.