Bela medida, mas meio tardia
A Assembleia Legislativa, pretendendo expandir suas atividades junto à sociedade, tem tido iniciativas dignas de aplausos. Um exemplo, é a sua tentativa de diminuir, através de medidas técnicas, a quantidade de carbono. Para isso, utiliza-se de dados levantados por consultoria, realizada por especialistas. Uma saída será promover o replantio de 14.540 árvores nativas no Planalto da Ibiapaba, responsável, em boa parte, pelo equilíbrio climático do Estado. O problema é que esse replantio pode estar chegando com um atraso de muitas décadas. No início dos anos 30, logo depois da assumir o poder, o presidente Getúlio Vargas, atendendo reivindicação do cearense Juarez Távora, que fazia parte do seu “staff”, criou o Posto de Reflorestamento de Ubajara, cuja finalidade era coincidentemente, o preparo de mudas florestais, prevendo uma futura destruição da mata atlântica que dominava 2/3 da Serra Grande. Ali, seriam preparadas mudas de murici, cajazeiras, cambuís, pitombeiras, bacupari, e outras árvores frutíferas típicas, que também dão boa madeira. Infelizmente, governos posteriores descaracterizaram aquela repartição, transformando-a em Posto de Criação. Hoje, ali funciona a sede do Parque Nacional de Ubajara. Desse modo, para que esse projeto possa hoje ser posto em prática, seria necessário reativar a atividade original do Posto. Mesmo assim, fica difícil corrigir os estragos que o progresso causou àquela bela região, depois de várias décadas de destruição de uma riqueza de difícil reposição.