PARABÉNS PARA ROBERTO CLÁUDIO, QUE NÃO SEGUIU CIDDe parabéns a Prefeitura de Fortaleza que propôs extinguir antecipadamente a Secretaria da Copa. A medida, como sói ocorrer, foi aprovada pela Câmara Municipal. Num Município com tantas demandas e estrutura burocrática tão desnecessariamente inchada, não é razoável manter uma secretaria inteira para dar conta da finalização de um evento que terminou em julho. A secretaria estava prevista para durar até dezembro. O prefeito Roberto Cláudio (Pros) propôs que ela seja mantida até outubro. A Câmara aprovou seu fim em 30 de novembro. No Governo do Estado, a Secretaria da Copa foi transformada em Secretaria Especial dos Grandes Eventos Esportivos e tem continuidade prevista até 2016, quando ocorrerão as Olimpíadas... no Rio de Janeiro. A atitude é perdulária. Nada que justifique que as atribuições de mais essa máquina burocrática não possam ser incorporadas à Secretaria do Esporte, eventualmente até com reforço de pessoal, vá lá. Só uma deferência ao governador Cid Gomes (Pros) justificará que essa pasta seja mantida na administração Camilo Santana (PT). CAMILO E AS OBRAS POLÊMICASNum trecho que ficou fora da edição da entrevista publicada no O POVO de domingo, Camilo Santana (PT) foi questionado sobre obras polêmicas planejadas pela gestão Cid Gomes (Pros). Sobre a ponte estaiada sobre o Parque do Cocó, afirmou: “Nós vamos fazer, até porque está estudada, aprovada, é importante para o desenho da mobilidade de Fortaleza”. Já sobre a ópera na Praia Mansa, o discurso é diferente. “Esse outro projeto foi uma polêmica que foi levantada que não existe nada, o Estado não gastou um centavo com essa ópera. Vamos primeiro conhecer o que é isso, qual a importância desse projeto para o Estado, quanto é que custa, de onde é que vai vir o dinheiro. Com esse aí não tenho nenhum compromisso, nenhuma prioridade neste momento. Vamos primeiro garantir as obras que estão com recursos garantidos e vamos cumprir aquilo que eu assumi na campanha, que não é pouco”.
Bom, como já escrevi há mais de ano, não consigo entender que grande ganho de mobilidade haverá com a ponte estaiada para justificar o gasto de mais de R$ 300 milhões e a retirada de quase dez hectares de flora, entre mangue e vegetação de dunas (leia aqui: http://bit.ly/11EVgNf). Sobre a Praia Mansa, acho que é interessante, sim, integrar o local à cidade. Porém, mais que qualquer estrutura que se erga no local, o grande valor é a natureza ali presente, a beleza do espaço. O uso mais inteligente seria, eventualmente, até um espaço de eventos, mas em máxima integração com o ambiente do lugar. Talvez um anfiteatro, um parque. Algo que aproveite, e não desvirtue o grande diferencial de um dos lugares mais exuberantes do litoral brasileiro. E que pode ser incomparavelmente mais barata que o quase R$ 1 bilhão de que se fala. (Leia o que já escrevi sobre o assunto aqui: http://bit.ly/1umM5pG).