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Quinta, 30 Outubro 2014 04:57

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Deputados da oposição na Assembleia cobram mais diálogo do próximo governador, Camilo Santana, alegando que Cid não o fez Deputados da oposição na Assembleia cobram mais diálogo do próximo governador, Camilo Santana, alegando que Cid não o fez FOTO: FABIANE DE PAULA
  A vitória do petista Camilo Santana (PT) para governar o Ceará continua sendo motivo de pronunciamentos na Assembleia Legislativa. Na sessão de ontem, oposicionistas do Governo Cid Gomes defenderam que o governador eleito tenha mais diálogo com a sociedade, o que dizem, não aconteceu na atual gestão. Para Roberto Mesquita (PV), os cearenses esperam que todas as atenções do governador eleito sejam direcionadas para o bem da população, e não somente para aqueles que o elegeram. "Que ele consiga aprimorar o Governo que foi aceito pela maioria da população, mas que também foi negado pela metade da população", disse. Segundo ele, metade dos cearenses não teria votado em Camilo por conta da falta de diálogo do atual Governo. "Ao desejar sucesso ao novo governador, espero que as pessoas possam celebrar esse momento, que foi o mais rico desde a redemocratização", afirmou. Mesquita ressaltou ainda que durante a disputa eleitoral houve aparelhamentos e exigência de que funcionários públicos se transformassem em militantes e cabo eleitorais. "Temos que viver em uma democracia onde um Governo escute aqueles que lhes fazem críticas. Quase metade da população não acatou o Governo feito pelo governador Cid. Nós votamos, praticamente, todas as matérias do Governo, mas ele foi pouco acessível, e chega, em muitos casos, a ser perseguidor", apontou. Pesquisas Segundo João Jaime (DEM), nos lugares em que a máquina influenciou mais o governador eleito, Camilo Santana, teve mais votos. "O fortalezense por uma maioria de mais de 160 mil votos disse não a essa administração, a forma como vem administrando. E disse não ao prefeito de Fortaleza", apontou. Roberto Mesquita também elogiou o peemedebista pelo trabalho feito nas campanhas, destacando que as pesquisas eleitorais influenciaram na eleição de Camilo Santana, uma vez que uma amostragem antes do pleito mostrava o petista à frente do peemedebista em até 14%. "Nós devemos questionar essas pesquisas que desvirtuam os pleitos", disse. Heitor Férrer (PDT), por sua vez, disse que o Governo do Estado tem as eleições deste ano como aprendizado, visto que, em sua opinião, ficou claro que, dentro dos acertos e erros, houve uma divisão do Ceará, entre apoiadores de Camilo e de Eunício Oliveira. Sobrou amadorismo e muita falácia As primeiras avaliações de aliados, passados os momentos de emoção com o resultado oficial do segundo turno, responsabilizam, em parte, a coordenação da campanha do candidato do PMDB, pelo insucesso eleitoral. Eunício Oliveira não saiu derrotado logo no primeiro turno da disputa graça ao prestígio emprestado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) à sua pretensão de ser governador. O peemedebista, em nenhum momento da campanha transmitiu confiança ao eleitorado. Fez um discurso de oposição sendo, de fato, governista aguerrido em todos os dois mandatos de Cid Gomes, até ouvir deste, que não apoiaria a sua pretensão de o suceder. De fã virou acusador, agredindo a inteligência de alguns eleitores. Não dava para acreditar no seu discurso de desconstrução do atual Governo. De igual modo, sua dubiedade em relação à disputa presidencial, também o fragilizou. Forçar o eleitor a acreditar numa ligação íntima dele com o ex-presidente Lula, antes de ajudá-lo, prejudicou. Aparecer na televisão fazendo continência para o Lula, além de passar uma falsa intimidade, apenas com o fito de ganhar votos, o fragilizou mais ainda. Quem quer ser governador do Ceará só deve bater continência para o povo cearense. O eleitor quer ser representado por quem é forte. Nunca por quem dê sinais de subserviência. Eunício errou a partir do momento de romper com o governador. Nunca, qualquer pessoa com o mínimo de relação com o ambiente político local acreditou num apoio de Cid à sua obsessão de ser governador. Ele, já em 2013, quando começou a fazer comícios no Interior, utilizando-se da fantasia de encontro partidário, deveria ter rompido e buscado outras alianças. Por não tê-lo feito passou a ideia de frouxidão e acabou saindo muito caro a coligação que acertou. Campanha majoritária reclama mais que apenas muito dinheiro. Para se eleger prefeito, governador ou presidente, diferentemente da disputa proporcional, o postulante precisa, além de ter o bolso cheio, transmitir segurança ao eleitor de estar capacitado para a empreitada e contar com uma assessoria capaz. O amadorismo é a via larga por onde o candidato caminha em direção à derrota. Na política, também, o profissionalismo, a inteligência, a disciplina e a boa informação a orientar o comitê, são alguns dos elementos imprescindíveis. Eunício saiu do primeiro turno da disputa com um percentual pouco superior a 46% dos votos. Considerando o desgaste dos oito anos do Governo Cid Gomes, acrescido do natural movimento oposicionista a qualquer grupo de situação, calculado em aproximadamente 30% do eleitorado, muito pouco o peemedebista agregou como aquilo que poder-se-ia dizer ser fruto da sua liderança. Edison SilvaEditor de Política
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