O "redista" Alcântara
FOTO:BANCO DE DADOS
A Rede Sustentabilidade do Ceará diz que solicitou à campanha do candidato a governador Camilo Santana (PT) que retire do ar um trecho da propaganda eleitoral que menciona o apoio do grupo ao petista. Na noite de terça-feira, a Rede deixou claro que não irá aderir ao palanque de nenhum dos candidatos neste segundo turno, mas que os militantes poderão, individualmente – e não em nome do coletivo – pedir votos a quem desejarem.
Na terça, O POVO publicou declaração de um dos líderes “redistas”, Antônio Ortiz, de que a maioria da agremiação estaria propensa a ficar com Camilo e que o assunto seria discutido durante uma reunião do grupo. Mais tarde, porém, Ortiz disse ter sido mal interpretado, afirmou que não houve adesão e que somente um consenso no grupo poderia oficializar o apoio – o que não ocorreu.
A informação de que a Rede – grupo liderado nacionalmente pela candidata derrotada à Presidência da República Marina Silva (PSB) – poderia pedir voto a favor do petista causou mal estar entre os integrantes, principalmente após a inclusão do tema na propaganda de Camilo. “A Rede no Ceará não está acometida da síndrome de Estocolmo (surto psicológico em que o torturado desenvolve dependência afetiva do torturador). Como adversários, não fomos tratados com dignidade pelo PT e seus aliados”, lembrou um dos diretores do grupo, Ricardo Alcântara”, citando o exemplo do governador Cid Gomes (Pros), que chegou a dizer que Marina “seria deposta antes de completar dois anos de mandato”.
Alvo de vários ataques de PT e Pros do Ceará, Marina teve 638 mil votos no Estado – capital eleitoral que agora interessa tanto a Camilo quanto ao adversário Eunício Oliveira (PMDB). Um trecho de poucos segundos no fim do programa eleitoral do petista que foi ao ar na terça-feira afirma que “a Rede de Marina também está com Camilo”. Até a noite de ontem, o vídeo do programa estava disponível no site Youtube.
Procurados pelo O POVO, dois dos coordenadores da campanha do petista, Nelson Martins e De Assis Diniz, disseram desconhecer tal menção à Rede e acrescentaram não ter tomado conhecimento sobre qualquer solicitação de retirada de trechos da propaganda. (Hébely Rebouças)