Após as eleições do último domingo (5), o debate sobre a reforma política voltou a tomar conta do Legislativo cearense. Depois de deputados estaduais discutirem na Assembleia Legislativa e pedirem uma reforma política com urgência, ontem, foi a vez de os vereadores de Fortaleza colocarem o assunto em pauta. O vereador Fabio Braga (PTN) classificou a atual legislação como “arcaica” e defendeu critérios mais rigorosos para a criação de partidos. “Em todas as eleições, a gente vê o processo eleitoral sendo muito criticado devido a uma legislação muito arcaica, nós temos um sistema de votação e apuração que é exemplo para o mundo, enquanto nossa legislação eleitoral é totalmente atrasada cheia de brechas. Está na hora de da um freio na criação de partidos ou criar critérios muito mais fortes, lógico respeitando o pluralismo politico que está na constituição”, declarou. O petista Guilherme Sampaio (foto) foi mais enfático e declarou que caso não houver uma reforma política, com urgência, as eleições perderiam o sentido. “Se nós não fizermos a reforma politica só vai ser eleito quem compra voto ou então alguns fenômenos de massa isolados. Os resultados das eleições são elementos objetivos que nos permitem avaliar essas distorções da nossa cultura politica”, apontou Guilherme. Discussão na Assembleia Na última terça-feira (7), deputados já haviam levado o debate sobre a reforma política para a tribuna. O deputado Roberto Mesquita também apontou as eleições do último domingo como argumento para uma reforma na legislação vigente. “Todo mundo viu nessas eleições, a necessidade urgente de uma reforma política para que a vontade do povo seja expressa no Parlamento”, enfatizou Mesquita. A deputada estadual Eliane Novais (PSB) que participou do pleito, concorrendo ao Governo do Estado e ficou fora da disputa no segundo turno, também defendeu uma reforma política. “Para o bem da democracia, é preciso construir um modelo eleitoral que afaste os vícios e o poder de influência das grandes estruturas de campanha e do capital”, ponderou Eliane. O deputado Professor Pinheiro (PT), que não conseguiu se reeleger para uma vaga na Assembleia, foi outro que criticou o atual sistema. “O mais grave nesse processo é a forma como as eleições são financiadas. É preciso repensar isso. É necessário haver fortalecimento dos partidos políticos”, disse.