Definidos os candidatos que irão ao segundo turno nas eleições ao governo do Estado e à Presidência da República, o que pode e deve mudar no cenário econômico? Quais os rumos que devem ser seguidos pelo novos gestores eleitos, como forma de revitalizar a indústria, estancar o processo inflacionário e dinamizar a economia do Ceará e do Brasil?
Para economistas e representantes classistas da indústria e do comércio, certamente, haverá mudanças no modelo de gestão, mas ambos - seja Camilo Santana ou Eunício Oliveira -, deverão trilhar pela política industrial em curso, planejada há décadas, mas que só agora, começa a avançar.
Indústria de base
"O Ceará vive um processo de implementação de um complexo industrial de base, de um polo metalmecânico e petroquímico - se a refinaria vier de fato -, sem volta. Portanto, seja quem for o governador eleito, terá que tocar esses projetos", avalia o economista Alcântara Macêdo. Para ele, o turismo, a indústria têxtil e calçadista, as energias renováveis são outros setores para onde o próximo governador não poderá deixar de olhar.
"O caminho da indústria, e do desenvolvimento da economia do Ceará passa por aí", defende Macêdo. Ele alerta, também, para o cuidado que o novo gestor do Executivo cearense terá de ter para com o setor primário, notadamente à agricultura irrigada, e, principalmente, para as vocações produtivas naturais, nas diversas regiões do Estado.
Vocações produtivas
Macêdo lembra que 92% da população cearense vive no semiárido, região de baixa pluviosidade; o que sugere o fomento de atividades produtivas paralelas às culturas de subsistência, a exemplo das indústrias de confecção, de calçados, a metalúrgica, a química etc, que já permeiam a nossa economia.
"As políticas compensatórias devem buscar a vocação produtiva dos municípios", afirma o economista.
Em relação a economia nacional, ele avalia que, pelo menos, quatro pontos devem ser atacados, também por qualquer que seja o presidente eleito: Dilma Rousseff ou Aécio Neves.
"O controle da inflação, que já chegou no teto da meta de 6,5%; o respeito aos contratos (fechados entre o governo e empresas privadas); a independência do Banco Central e a retomada dos investimentos em infraestrutura, a partir de uma maior atenção ao superávit primário, do controle da balança de pagamentos e dos gastos públicos federais, são premissas básicas que o futuro presidente terá de seguir", aponta o economista, sobre as necessidades para o País.
Identificado como o setor mais sensível aos estímulos econômicos, o comércio não deve passar "por nenhuma inibição", segundo presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Freitas Cordeiro. "A gente já sabia que isso iria para uma disputa acirrada, pois são duas lideranças fortes, mas estamos sem qualquer sobressalto. Para nós do comércio, qualquer das duas soluções atendem às nossas perspectivas sem o menor problema", analisa sobre a eleição estadual.
Sobre a expectativa para 2015, Freitas Cordeiro diz que "se for viver por esses economistas vai ser um terror" e arremata: "nós já estamos preparando um Fortaleza Liquida para animar o varejo porque não podemos ficar nesta expectativa de que não vai prestar".
O evento deve movimentar R$ 300 milhões, conforme as expectativas da CDL e terá como prêmio de um milhão de milhas.