A pesquisa sobre a sucessão estadual divulgada ontem, pelo Instituto Datafolha, onde a dois dias da eleição, aponta empate técnico entre os candidatos Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT), foi analisada pelos próprios concorrentes e líderes políticos que os apoiam. Segundo a pesquisa, o peemedebista Eunício Oliveira permanece numericamente à frente, com 39% das intenções de voto. Já Camilo cresceu para 37%. Com a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, Eunício pode ter entre 36 e 42%, enquanto Camilo pode ficar entre 34 e 40%. Já os candidatos Eliane Novais (PSB) e Ailton Lopes (Psol) foram citados por 1% dos entrevistados. O levantamento apontou que o percentual de indecisos chega a 14%.
Afronta
A candidata Eliane Novais (PSB), que caiu dois pontos desde o levantamento realizado no dia 21 de setembro, afirmou ao jornal O Estado que buscará, até o próximo sábado (4), conquistar o voto de eleitores indecisos e dos que votarão nulo. Sobre o resultado de ontem, Eliane afirmou que “não acredita”, em razão do seu trabalho realizado no Ceará, como deputada estadual e de quando era vereadora de Fortaleza. A socialista ponderou, ainda, que a polarização dos candidatos Eunício Oliveira e Camilo Santana nas pesquisas, é resultado dos gastos de campanha, afirmando ser de R$ 1 milhão por dia. “É um fato que afronta qualquer candidatura”, ponderou, frisando que por meio de diálogo com lideranças, caminhadas, debates, programa eleitoral gratuito e eventos como carreatas e caminhadas na Região Metropolitana de Fortaleza, tem a perspectiva de chegar ao segundo turno. “Gravamos nosso último programa eleitoral, pedindo voto limpo, consciente. E nesse espírito de luta é que vamos até o dia 5, com o nosso vice, Leonardo Bayma, e a nossa senadora, Geovana Cartaxo.”
Contra a Máquina
Eunício Oliveira, que se mantém na liderança desde a primeira pesquisa, afirmou à reportagem que sua permanência à frente dos levantamentos demostra que os eleitores não temem a máquina pública. “Nossa militância e nossos eleitores continuam confirmando que não se intimidam com a pressão das máquinas eleitorais. Vamos ficar nas ruas até a vitória no próximo domingo”, disse o candidato. Durante a caminhada na manhã de ontem, no município de Quixeramobim, o peemedebista afirmou, ainda, para a imprensa que tinha consciência de que o pleito seria muito disputado e que a sua luta é contra as máquinas. “A eleição se afunila e tínhamos todos consciência de que seria muito disputada. Mas essa é uma eleição do povo simples que se levanta contra a ditadura imposta pela força da máquina pública. Nossa eleição é contra as máquinas. Contra o poder econômico e qualquer tipo de pressão. A população está nas ruas, dando a resposta”, ressaltou Eunício.
Pé no chão
Já o petista Camilo Santana, que cresceu nesta pesquisa mais três pontos percentuais, reafirmou que a pesquisa é o retrato do momento e que vai continuar a campanha conforme começou. “Nesta reta final da campanha, sigo conversando com a população do meu Estado para passar uma mensagem de compromisso. Vamos avançar no que está dando certo, corrigir o que precisar ser corrigido e apresentar novas propostas”, disse, salientando que, “Vamos continuar nosso trabalho pé no chão e passo a passo para merecer o apoio mais importante de todos que é o do povo do Ceará”.
O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, ponderou que a pesquisa reflete o momento, dado em cima de uma realidade posta, dentre tudo o que foi planejado, a pesquisa responde respectivamente ao que se organizou e se planejou. Evidentemente que o sentimento que se tem é de pisar na estrada e continuar trabalhando. Ao ser questionado sobre que tipo de agendas serão realizadas até sábado, De Assis respondeu que: “Aí eu estaria jogando contra meu time”. O petista deu conta de que, até sábado, a campanha será feita dentro do que a legislação permitir até o último momento, mas manteve em sigilo as estratégias para os últimos dias. “Estamos trabalhando, construindo a partir do que está mais vulnerável e daquilo que a gente precisa potencializar”, pontuou.
O jornal O Estado também procurou o candidato do Psol, Ailton Lopes, mas as ligações no telefone celular não foram atendidas. Também foi encaminhado um e-mail para a assessoria do candidato, no início da tarde, contudo, até o fechamento desta edição, não houve retorno.