Capitão Wagner comandou a greve dos policiais militares
FOTO: IGOR DE MELO
O Comando Geral da Polícia Militar do Ceará indiciou 53 pessoas por “cometimento de crime militar”, durante a recente greve de policiais e bombeiros do Estado, que ocorreu entre os últimos meses de dezembro e janeiro. Dentre os acusados de liderar o “movimento paredista” estão o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará (Aprospec), capitão Wagner Sousa, além dos dirigentes da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará (ACSMCE), Flávio Sabino e Marinilson dos Santos. A decisão foi publicada no Boletim do Comando Geral (BCG) da PM, após análise dos autos do inquérito policial. Outros 11 diretores e representantes da associação também foram apontados como responsáveis, totalizando 20% dos indiciados.
Os demais citados, dentre os 53, atuam nos municípios de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Canindé, Baturité, Crateús, Itapipoca, Iguatu, Quixadá e Acaraú. Os documentos serão encaminhados à Justiça para que as providências sejam tomadas.
Nova greve
Em entrevista ao programa Grande Jornal, da rádio O POVO/CBN (AM 1010), o capitão Wagner afirmou que a categoria pode realizar uma nova paralisação, caso suas reivindicações não sejam atendidas pelo Governo, em reunião prevista para o próximo dia 18. Suplente de deputado estadual pelo PR, o capitão alega que não houve entendimento no último encontro entre Governo e categoria.
Os servidores reivindicam o cumprimento de garantias dadas pelo Estado, no fim da greve, que ocorreu entre 29 de dezembro de 2011 e 3 de janeiro de 2012. Entre as exigências da categoria estão a implantação de um auxílio alimentação, no valor de R$ 220 por mês; a promoção de servidores; escala de serviço de 40 horas semanais; reajustes salariais de 2013 e 2014; além da elaboração de um Código de Ética.
Segundo o capitão Wagner, uma assembleia geral unificada está prevista para o dia 26 de maio. O evento deve ocorrer no Colégio Sistema, localizado na avenida Imperador, no Centro. Dependendo dos encaminhamentos da reunião do dia 18, PMs, Bombeiros, agentes penitenciários e homens da polícia Civil devem paralisar suas atividades.
O dirigente reclama que a prática de adiar as reuniões se tornou comum. “A reunião já foi adiada por duas vezes. O Governo está sendo irresponsável ao fazer isso. O próprio governador (Cid Gomes) não participou de nenhuma das reuniões”, criticou.
Na tarde de ontem, O POVO tentou ouvir o secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Eduardo Diogo. Contudo, a assessoria de imprensa do órgão informou que ele estava em uma reunião e que retornaria as ligações, o que não ocorreu até o fechamento desta matéria. ENTENDA A NOTÍCIA
O Comando Geral da Polícia Militar do Ceará indiciou 53 pessoas por “cometimento de crime militar”, após uma solicitação do Ministério Público do Estado. Cabe ao MPE decidir se oferece ou não uma denúncia à Justiça, contra os militares indiciados pela PM Saiba mais
ManifestaçãoNo último dia 22 de março, os líderes da greve já haviam sido indiciados pelo Comando da PM, que apurou a conduta dos militares na manifestação ocorrida em dezembro de 2011, durante visita do governador Cid Gomes a obras do Metrô de Fortaleza. IndiciadosNa ocasião, 27 policiais militares também foram indiciados por “cometimento de crime militar”, dentre eles o capitão Wagner Sousa. DenúnciaO caso será levado ao Ministério Público, que pode oferecer denúncia contra os indiciados, arquivar o inquérito ou solicitar que ele retorne para novas diligências. MultimídiaEscute a entrevista do capitão Wagner Sousa ao programa Grande Jornal, da rádio O POVO/CBN (1.010 Khz). Acesse o link: http://migre.me/8CDZp