Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Há um efeito imediato importante da nova situação para a campanha de Camilo Santana, que é quem mais precisava demonstrar fôlego nesta pesquisa: ela tem força para acalmar aquele pessoal inquieto da base governista, que andava ansioso por sinais claros de viabilidade da candidatura, sob pena de correr na direção do que os ventos eleitorais vinham indicando. A nova diferença para o líder Eunício Oliveira, de dez pontos, indica uma cenário de reversão muito mais possível do que os 28 pontos anteriores. É cálculo político, muito mais do que matemático.
Agora, o fato de a distância ter sido reduzida durante os 17 dias de campanha entre uma pesquisa e outra, não indica que a reversão de posições acontecerá necessariamente. O movimento de aproximação se tinha feito perceber por uma sutil mudança na estratégia da campanha de Eunício, que nos últimos dias já passara a ser mais agressiva com o governo que o adversário principal representa, especialmente atacando a sensível situação da segurança pública. Portanto, o lado oposicionista se movimenta, deixando claro que tornamos público, agora, algo que já tinha sido detectado internamente.
Com pouco mais de um mês de campanha pela frente, o jogo passa a ser ainda mais estratégico até 5 de outubro chegar. A questão é saber dosar inteligência e força na decisiva fase em que a disputa entra, caminhando para ganhar ares de indefinição até o último momento.