A propaganda de rádio e TV dos candidatos ao governo do Ceará começou ontem e incluiu desde a homenagem a Eduardo Campos (PSB) até o pedido de voto do governador Cid Gomes (Pros). Dos quatro candidatos ao governo, três apostaram na apresentação de suas biografias. Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) ainda ressaltaram suas experiências na vida pública. Com o maior tempo de TV entre os candidatos, a coligação “Para o Ceará seguir mudando” apresentou Camilo como um bom gestor. Simulando reportagens jornalísticas, os apresentadores enumeravam as ações do petista durante sua passagem pelas secretarias de Desenvolvimento Agrário e das Cidades do Estado do Ceará, durante as duas gestões de Cid Gomes. O próprio Camilo, porém, apareceu para ressaltar que é o candidato que tem o apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula na disputa estadual. O programa reservou, ainda, um espaço para que os aliados, como o ex-ministro Ciro Gomes, o presidente estadual do PT, De Assis Diniz e, até mesmo, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), tecessem elogios para contornar o ponto fraco do seu candidato – a falta de popularidade - e tentar atrair a confiança do eleitorado. Uma forma indireta de pedir um voto de confiança em Camilo. O petista finalizou seu tempo prometendo apresentar suas propostas nos próximos programas. Com cerca de três minutos a menos de exposição do que Camilo, Eunício Oliveira usou parte do seus 6min48s para se apresentar ao eleitor. O programa mostrou a trajetória do peemedebista desde a sua infância no município de Lavras da Mangabeira, interior do Ceará, até sua inserção na vida pública. Ao falar, o peemedebista mencionou que está disposto a fazer uma campanha limpa, sem agressão aos adversários e focada na apresentação de propostas. “Eu compreendo que a campanha eleitoral deve servir para que os eleitores conheçam melhor os candidatos e possam comparar o que eles já fizeram na vida pública. As ideias que apresentaram e as condições que reúnem para transformar os seus projetos em realidade”, salientou. No meio do programa, a coligação exibiu algumas propostas de governo, entre as quais: a criação do “Remédio em Casa”; a ampliação do Batalhão de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) para as cidades do interior cearense; além da criação do “Viva o Trabalho” – fomentar o empreendedorismo; o programa “Gira Mundo”, que proporcionará aos estudantes da rede estadual de ensino ter a oportunidade de estudar no exterior; e o “Juntos pela Vida”, uma rede para tratamento e recuperação dos dependentes químicos. Candidato do Psol, Ailton Lopes também não fugiu à regra e expôs sua biografia. Ele criticou a “velha política” e disse que sua campanha será uma “expressão das lutas sociais”. HOMENAGEM O PSB, porém, usou seu tempo para prestar homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na semana passada. O programa foi apresentando pela candidata do partido ao governo, deputada Eliane Novais, que ressaltou o empenho da militância em dar continuidade aos sonhos do socialista. SENADO Na disputa pelo Senado, Mauro Filho (Pros) usou aliados para se apresentar à população. O candidato contou com a ajuda do governador Cid Gomes para atrair o eleitor, amarrando o pedido a um argumento de que ele é o mais preparado. O programa exibiu falas de Roberto Cláudio, João Marcos, atual secretário da Fazenda do Estado, De Assis Diniz e Ciro Gomes. Tasso Jereissati (PSDB) usou um perfil diferente. O programa focou numa conversa com a juventude, onde, de forma descontraída, o tucano apresentou o que já fez pelo Ceará durante os três mandatos como governador do Estado e durante os oito anos em que foi senador da República. Indiretamente. Tasso mandou um recado ao seu principal adversário, Mauro Filho. Segundo ressaltou, “um bom gestor é aquele que sabe ouvir e não tem compromisso com padrinhos políticos que lhe orientam. Eu tenho compromisso só com o povo cearense”. Geovana Cartaxo (PSB) usou o tempo de propaganda para ressaltar a trajetória do ex-governador Eduardo Campos. Raquel Dias, da Frente de Esquerda (Psol, PCB e PSTU), apresentou-se como única alternativa de esquerda e disse que o seu compromisso será com a melhoria dos serviços públicos para os trabalhadores.