O deputado Welington Landim (PROS), durante sessão ordinária da Assembleia, fez uma avaliação da distribuição de água no Estado do Ceará, e lembrou que mesmo com a instalação de cisternas, a política de caminhões-pipa tem se tornado permanente em municípios do Interior. Já o deputado João Jaime (DEM), que presidiu a comissão especial da Seca no ano passado, denunciou uma possível tentativa de se inviabilizar a constituição de um novo colegiado para acompanhar as ações oficiais. "A política do carro pipa foi implantada para socorrer quem não tivesse água. A cisterna foi construída para armazenar água de chuva e para consumo humano na estiagem. Porém, a população usa para todas as necessidades, o que acaba em um período muito rápido, forçando a distribuição de água por carros pipas, para abastecer as cisternas vazias", afirmou. O parlamentar ressaltou ainda que na Serra do Araripe havia fontes de água perenes, que estão, praticamente, desaparecendo por conta do desmatamento na Região do Cariri. "Naquela região não existem mais fontes ou elas diminuíram em até 80% por conta do desmatamento", disse o deputado. Landim ressaltou que as cisternas foram criadas para servir a população para que no período de chuva seja servida para beber e cozinhar. No entanto, as pessoas usam a água quando falta a chuva, para todos as suas necessidades, o que resulta na falta de água de para o mais necessário. "A água do subsolo na Serra do Araripe demorou centenas de anos para ser juntada, e pode acabar em alguns anos por conta dos poços profundos que estão sendo construídos", salientou. Oficializou Ele informou que já fez pedidos para estudos na área, até mesmo pelo Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), mas não recebeu resposta a respeito. Landim destacou que as políticas de abastecimento de água são de responsabilidade do Governo Federal, através da Defesa Civil e Exército Brasileiro. O parlamentar afirmou que pelo menos 20 municípios estão descredenciados para o abastecimento via carros-pipa, afirmando que isso já foi previsto no relatório da comissão Especial da Seca, visto a falta de política pública de convivência com a seca, apenas "remendos". "Eu estou falando de vida, de sobrevivência humana e animal, e eu peço apoio dos nossos deputados federais, quem de fato merecia uma atenção mais especial", apontou. João Jaime (DEM) disse que as sugestões dadas pelo colegiado não foram aceitas por parte dos governantes, e afirmou que a situação dos municípios deve piorar por falta de maior atenção dada aos municípios. "Infelizmente, a comissão não foi registrada no Diário Oficial. A comissão se reuniu, deliberou os membros, foram eleitos o presidente e o relator, e a presidência da Assembleia não colocou no Diário Oficial e não oficializou a comissão que tanto trabalhou no ano passado, e esse ano se vê impossibilitada, porque, talvez tenha mostrado os defeitos do Governo", afirmou o democrata reclamando do que ele chamou de "subserviência" do Legislativo em relação ao Poder Executivo estadual.