Apesar de contar com diversificado programa de investimentos públicos, o Ceará tem registrado pouco avanço nos índices de desenvolvimento, quando comparado com os demais Estados do País. A dificuldade encontrada se deve, em grande parte, à fragilidade da estrutura econômica centrada na exportação de commodities.
Nesse quadro de disparidades, Fortaleza aparece como a 7ª Capital do Nordeste pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Esse indicador foi criado para mensurar as transformações em processo, no País, a partir das estruturas municipais, e toma por base os dados nacionais sobre educação, saúde, emprego e renda. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro tem preocupações com o crescimento e a expansão econômica do interior do País.
Confirmando essa posição tímida no conjunto das Capitais brasileiras, Fortaleza se coloca como sendo a 20ª cidade do País em termos de desenvolvimento municipal. Pelo Índice Firjan, estabelecido pela coleta de dados em 2011, Fortaleza obteve um crescimento moderado de apenas 0,5% em relação ao ano anterior, com a média de 0,7320 pontos.
A Firjan se utiliza de metodologia própria para mensurar o desenvolvimento municipal. Assim, o IFDM define o limite até 0,4 para o desenvolvimento baixo; entre 0,4 e 0,6 como sendo regular; no intervalo entre 0,6 pontos e 0,8 pontos, o desenvolvimento é moderado; acima desse patamar, aparecem os municípios com alto desenvolvimento.
Em termos nacionais, a aplicação do IFDM apontou o topo do ranking nacional ocupado por Curitiba (PR), sendo seguida por São Paulo (SP) e Vitória (ES). Como dominam o índice as vertentes de emprego e renda, houve recuo no crescimento de, pelo menos, 24 Capitais. Paralelamente ocorreram avanços nos itens saúde e educação.
No Nordeste, especificamente, na liderança do crescimento aparece Recife (PE), com média de 0,7829, sendo sequenciada por Teresina, cuja média no ranking ficou com 0,7627 pontos e a particularidade de haver atingido o maior crescimento do IFDM, na região, entre 2010 e 2011. O terceiro lugar é de Manaus, com 0,7051 pontos; Natal aparece com 0,7618 pontos; São Luís, com 0,7595 pontos; João Pessoa, com 0,7494 pontos e Aracaju, com 0,7458 pontos.
Fortaleza, no 7º lugar, é seguida por Salvador e Maceió. Se as Capitais apresentam estas variações, a problemática do desenvolvimento no âmbito municipal está condicionada a maciços investimentos em projetos industriais. Essa constatação vem provar ser a descentralização industrial o melhor instrumento para desenvolver o interior.
O Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa constatou a transformação operada pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia. Isto, em decorrência da instalação ali de grandes empreendimentos. Somente a Companhia Siderúrgica do Pecém representa investimento de R$ 5 bilhões. Em seu canteiro de obras civis, ela já emprega quatro mil trabalhadores. Quando estiver produzindo, projeta a oferta de 5,5 mil de oportunidades diretas de trabalho.
Apesar do Índice Firjan apontar desenvolvimento médio na maioria das cidades, ele enfatiza as desigualdades regionais. Dessa maneira, mantido o ritmo presente, as regiões Norte e Nordeste levariam 29 e 26 anos, respectivamente, para alcançar os altos padrões de crescimento das cidades do Sul do País, o que é uma perspectiva desafiadora.