Nas manhãs de domingo, o trânsito fica lento por causa da feira
FOTO: MAURI MELO
Em dias e horários em que o Centro costuma esbanjar tranquilidade, as vias José Avelino, Alberto Nepomuceno e Sobral concentram o burburinho do comércio que é feito no meio da rua. E a quantidade de pessoas, carros e produtos forma um cenário confuso - conhecido há muitos anos por quem frequenta o local.
A feira acontece na madrugada de quarta para quinta-feira e de sábado para domingo, indo até o fim da manhã, nos finais de semana. E a concentração, que deveria ser só na rua, José Avelino fica espalhada pela região.
Para o vendedor Joel Fernandes, a questão não é só organizar a feira. As pessoas precisam se conscientizar que não podem fechar as ruas como é feito normalmente, acredita. “Tem os horários em que as pessoas podem ficar, mas não respeitam. E na José Avelino não cabe todo mundo”, comenta.
Nessa rua, que concentra os boxes de confecção e alguns galpões, corredores estreitos são usados por quem está em busca das peças e dos melhores preços. Muitos dos feirantes reclamam que, com o movimento intenso, roubos acontecem, o que tira a paz de quem está trabalhando. “A gente paga uns seguranças para ficar rodando por aqui, mas não adianta, continua a ter”, comentou um dos vendedores.
Nas madrugadas, a situação de desorganização costumar ser intensificada, comentam frequentadores, pois as vias e os retornos são completamente fechados pelo comércio.
Efetivo pequeno
Com a feira começando na tarde do sábado e indo até o começo da tarde do domingo, a rotatividade é grande e os problemas constantes. Na manhã de ontem, o efetivo de fiscais da Prefeitura de Fortaleza para atuar no local era pequeno e apelava para o gritos para pedir que os feirantes saíssem das calçadas e da avenida Alberto Nepomuceno. Em vão. A via foi tomada por vendedores com produtos nos braços, carrinhos que vendem lanches e CDs, e muitos carros parados de forma irregular. Poucos eram os agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços e Cidadania (AMC) no local.
Na manhã de ontem, alguns feirantes usavam a lateral da Catedral e parte da calçada do Paço Municipal para o comércio, feito aos gritos e com negociações intensas de preço.
A quantidade de vendedores encontra fácil público com grandes sacolas para os diversos produtos. Missilene Silva viaja de São Luís (MA) para Fortaleza duas vezes por mês para comprar confecção e revender. Ela chega na madrugada do domingo e vai embora às 14 horas. “Vale muito (viajar) porque o preço das peças é bom”, explicou.
O POVO tentou ouvir a Regional do Centro sobre a fiscalização da feira, na manhã e na noite de ontem. Foram feitas duas ligações em cada turno, mas o telefone da assessoria de imprensa não foi atendido.
Saiba mais
Questão antiga
Tentativas de organizar as feiras no Centro são antigas. O comércio já ocupou toda a frente da Catedral, cancelando missas, assim como a praça em frente à igreja. Atualmente, esses dois pontos estão mais livres do comércio.
Campanha
Com o começo da campanha política, candidatos e apoiadores já estão nas ruas. Na manhã de ontem, o candidato ao Governo do Estado Camilo Santana (PT) esteve no Mercado Central acompanhado do governador Cid Gomes (Pros), secretários da gestão estadual, vereadores.
Enquanto entravam no local, diversos carros da comitiva ficaram parados no meio da rua. O trânsito, que já é ruim na região, ganhou complicadores.