Às vésperas do início da campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff terá de administrar sua participação na disputa pelo Governo do Ceará. De um lado, está o petista Camilo Santana, ao lado da candidata a vice-governadora, Izolda Cela (Pros), o candidato a senador, Mauro Filho (Pros), e o governador Cid Gomes (Pros). O grupo, inclusive, esteve em Brasília para conversar com Dilma esta semana. Do outro, tem o peemedebista Eunício Oliveira, que, apesar de ter se aliado ao ninho tucano, afirma ser cabo eleitoral da petista. Além disso, nacionalmente, Dilma está coligada com o PMDB. Nos bastidores, há quem aposte que a presidente virá a solo alencarino fazer campanha. Outros, porém, acham que, no decorrer da campanha, Dilma se manterá neutra.
Em conversas reservadas, a informação é de que Dilma estaria ressentida com Eunício por causa da aliança com o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). Entretanto, Eunício mantém o palanque aberto para Dilma. Mas, se a petista partir para o confronto, a defesa do PMDB no Ceará, segundo informações de bastidores, será o rompimento.
Até agora, o posicionamento do partido é aguardar os passos dados pelo Planalto. Segundo o deputado Danniel Oliveira (PMDB), sobrinho de Eunício, o PMDB do Ceará teria fechado um acordo para garantir que o palanque abrigará a reeleição de Dilma. O parlamentar minimizou o encontro articulado pelo vice-presidente nacional do PT, deputado José Nobre Guimarães, entre Dilma e os membros da chapa majoritária PT/Pros, na última terça-feira, em Brasília.
Enquanto isso, a líder do PT na Assembleia Legislativa, deputada Rachel Marques, evitou garantir a vinda de Dilma ao Ceará. Segundo ela, “certamente, ela [Dilma] deve vir”, lembrando a audiência ocorrida no Palácio do Planalto. Entretanto, afirmou que o caminho tomado por Eunício aproximou Dilma da chapa PT-Pros, além de fortalecer ainda mais a indicação de Camilo ao Governo do Estado.