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Coluna Política - QR Code Friendly
Quarta, 02 Julho 2014 07:03

Coluna Política

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  Para quem chegou à última semana de definições correndo risco de ficar praticamente sem aliados, Eunício Oliveira (PMDB) conseguiu montar uma chapa encorpada, com nomes fortes, de muito peso político, passadíssimos na casca do alho, com larga trajetória no Ceará e em Brasília. Não chegam para brincar, sem dúvida. O cabeça de chapa disputou apenas uma eleição majoritária, em 2010, mas saiu dela como como o homem mais votado da história do Ceará – teve 250 mil votos a mais que o governador Cid Gomes (Pros) naquele mesmo pleito. Ao lado dele está Tasso Jereissati (PSDB), que concorreu cinco vezes, três a governador, duas a senador, e perdeu apenas uma, para esse último posto, ao qual tenta retornar. E o candidato a vice, Roberto Pessoa (PR), foi duas vezes prefeito do município de maior PIB do Ceará depois da Capital. Do outro lado, uma chapa que aposta na novidade – o que é curioso, pois tradicionalmente a renovação é “produto” vendido pelos opositores. O único a já ter disputado eleições majoritárias é Camilo Santana (PT), hoje candidato a governador, que concorreu a prefeito de Barbalha em 2000 e 2004. Perdeu as duas, embora nesta última tenha passado alguns dias no cargo, enquanto a Justiça manteve afastado o primeiro colocado, Rommel Feijó. Izolda Cela (Pros), a vice, nunca disputou eleição. Mauro Filho (Pros) também nunca concorreu a cargo majoritário, mas tem larga experiência em campanhas proporcionais e é um dos mais hábeis analistas de números e projeções eleitorais do Estado. A EXPERIÊNCIA DOS CANDIDATOSNão há paralelo entre a experiência de um bloco e outro em disputas majoritárias, mas as fileiras governistas têm larga trajetória no Poder Executivo. Izolda Cela foi a melhor secretária de Cid Gomes (Pros), na Educação. A área que obteve melhores resultados, sobretudo no início do ensino fundamental, embora tenha de responder pelos tímidos, quase inexistentes avanços nas etapas finais do ensino fundamental e, principalmente, ensino médio – essa última sua responsabilidade direta, enquanto pelas outras etapas educacionais respondem os prefeitos. Depois dela, o melhor foi Mauro Filho, que comandou uma máquina arrecadatória de eficiência sem paralelos na história cearense, e ainda isentou alguns setores de cobrança. Camilo passou por duas pastas – Desenvolvimento Agrário e Cidades. Não chegou a ter desempenho dos mais notáveis. Não foram das secretarias estaduais cujos resultados mais saltaram aos olhos. Nesta última, acabará tendo de responder sobre o escândalo dos banheiros, embora não fosse secretário na época. Em seu primeiro mês na pasta, chegou a autorizar uma prorrogação de prazo para obras que já haviam recebido todo o dinheiro previsto sem que nada tivesse sido feito. Mas, justiça se faça, ainda em abril – três meses antes de O POVO tornar público o escândalo – ele instaurou procedimentos para investigar as irregularidades. Nos procedimentos instaurados no Tribunal de Contas do Estado (TCE), ele foi inocentado. Porém – é parte da guerrilha da política, que já é travada na Internet – ele será cobrado a esse respeito pelos adversários na campanha. Assim como Camilo é dos integrantes de sua chapa aquele cuja passagem pelo governo foi menos destacada, do outro lado Eunício Oliveira também tem a experiência no Poder Executivo que menos impressiona em seu bloco. Tasso foi o governador que, independentemente do juízo que se faça de sua administração, transformou o Ceará. Roberto Pessoa foi muito bem avaliado durante os oito anos de gestão em Maracanaú. Como Camilo, em relação aos banheiros, acabará tendo de responder sobre a prisão do hoje vice-prefeito do Município e seu ex-secretário, Carlos Eduardo Bandeira de Mello (PR), acusado de corrupção e a quem qualificou como “de minha alta confiança”. Bem como o jamais esclarecido caso de espionagem envolvendo o governador, no qual foi acusador e acusado. Quanto a Eunício, passou um ano como ministro das Comunicações do governo Lula, sem que tenha sido propriamente brilhante. DINASTIA NO SENADOOs dois candidatos ao Senado dos megablocos partidários são filhos de ex-senadores. Tasso, além de ter sido senador, é filho de Carlos Jereissati, que morreu no início do primeiro ano de mandato. E Mauro Benevides, pai de Mauro Filho, foi senador em dois mandatos e presidente do Congresso Nacional entre 1991 e 1993. Mauro pai, aliás, é hoje deputado federal e quadro histórico do PMDB – partido de Eunício, aliado de Tasso. Em impagável entrevista ao blog do colega Eliomar de Lima, diz que não pode declarar em quem irá votar, pois o sufrágio é secreto. Ora pois. Mauro, aliás, presidiu o PMDB ao longo de décadas, até que, em 1998, foi derrotado por articulação de... Eunício Oliveira.
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