A bancada petista da Câmara Municipal de Fortaleza reforçou, por meio de pronunciamentos na sessão de ontem, apoio à candidatura do deputado estadual Camilo Santana (PT) ao Governo do Estado. Embora os parlamentares representem a maioria da oposição da Casa ao prefeito Roberto Cláudio (PROS), eles afirmam que a nova configuração eleitoral não irá alterar a postura da bancada mediante a gestão do prefeito, pelo fato de o candidato petista ao Governo ter sido indicado pelo governador Cid Gomes (PROS).
"Se nós tivéssemos que decidir ser oposição ou não por conta dessa decisão (de apoio a Camilo), já não seríamos oposição quando o prefeito assumiu, já que o PROS e o PT faziam parte da mesma aliança nacional. Não é pelo fato de Roberto Cláudio apoiar o nosso candidato que vamos mudar de postura. Somos oposição", assegurou Deodato Ramalho (PT) a Carlos Mesquita (PMDB), que especulou que a oposição ficaria calada até o fim do processo eleitoral para retribuir o apoio do PROS a Camilo.
Para o vereador Acrísio Sena (PT), a razão para a existência de um imbróglio de alianças são falhas da legislação eleitoral. Ele utilizou seu discurso para cobrar uma reforma, argumentando que a configuração dos palanques regionais não corresponde à realidade nacional, o que confundiria os eleitores. "Essa configuração não faz com que as pessoas votem em um projeto, mas em figuras individuas por simpatia a A, B ou C", apontou.
O parlamentar destacou que o fim da verticalização dos partidos, isto é, da manutenção das alianças regionais criou "uma verdadeira confusão generalizada nos palanques do Brasil".