Deputado Carlomano Marques fala da tribuna da Assembleia para um plenário praticamente vazio, na manhã de ontem
FOTO: JOSÉ LEOMAR
O quadro político que ficou desenhado no último fim de semana foi o principal tema tratado nos pronunciamentos dos deputados, ontem, na Assembleia Legislativa. Os candidatos ao Governo do Estado e ao Senado Federal na chapa governista, Camilo Santana (PT) e Mauro Filho (PROS), não compareceram à Casa na plenária. Dos postulantes a cargos majoritários com assento na Assembleia, somente Eliane Novais (PSB) esteve lá.
Poucos parlamentares participaram da sessão de ontem e a maioria cancelou os pronunciamentos que iriam fazer. Professor Pinheiro (PT), Roberto Mesquita (PV) e Eliane Novais praticamente passaram toda a sessão se revezando na tribuna. A parlamentar, candidata do PSB ao Governo do Estado, subiu à tribuna para explicar as motivações que levaram o seu nome a ser o escolhido para a disputa ao Poder Executivo.
Segundo ela, por ser militante partidária, abriu mão de sua candidatura à Câmara Federal para disputar o Governo do Estado do Ceará. "Esse é um momento rico e cheio de coragem para mudar o Ceará. Eu tenho certeza que aqueles que não acreditam nessa polarização vão ter uma alternativa de coragem para a mudança", afirmou.
Alguns deputados que estiveram presentes na sessão ordinária de ontem voltaram a defender a implantação da Reforma Política para evitar infidelidade partidária de muitos políticos, como pode ocorrer nas eleições deste ano no Ceará. Os petistas são os que mais defendem mudanças na legislação eleitoral e voltaram a questionar algumas ações no período eleitoral.
Professor Pinheiro (PT), por exemplo, lamentou o fato de um partido ir para uma coligação enquanto alguns dos seus filiados dizem que vão participar de outra coligação. Devido a atitudes como essa, o parlamentar acredita ser necessário a realização de uma Reforma Política no País. "Nós temos um momento ímpar no Brasil e no Ceará. Aqui acompanhamos uma chapa da oposição e do outro lado um conjunto de partidos que apoiam o Governo Federal. Acho que faz muita falta a Reforma Política".
Montanha russa
Ele discorreu sobre as alianças que estão sendo feitas, pois nelas não existem disciplina partidária, com poucas exceções. Na imensa maioria dos estados, o PT está apoiando o PMDB, enquanto, na avaliação do deputado, não há reciprocidade "Se contabilizarmos os estados em que o PMDB está apoiando o PT é uma minoria. Mas o PT não sobe à tribuna para reclamar. Isso só acontece porque não temos um sistema partidário definido no Brasil", lamentou Pinheiro.
O deputado Carlomano Marques (PMDB) afirmou nunca ter visto um cenário eleitoral "tão embrulhado" como agora. Segundo ele, os parâmetros que se apresentam ainda não demonstram as coligações para proporcionais. "A última surpresa foi a candidatura da deputada Eliane Novais, e acho que essa candidatura vai trazer algum rebuliço no quadro majoritário", opinou.
Carlomano ressaltou que não sabe em qual palanque de presidente vai ficar, pois ainda não ficou decidido na chapa encabeçada pelo PMDB. "Essa eleição vai ser, tenho certeza, uma montanha russa enlouquecedora", disse o deputado, alegando que dessa vez o PMDB está "fazendo o dever e casa".
Já a deputada Fernanda Pessoa (PR) subiu à tribuna para destacar a chapa de oposição formada por Eunício Oliveira, Roberto Pessoa e Tasso Jereissati. "Essa aliança surgiu da vontade popular. Das nossas idas ao Interior do Estado esse era o desejo de todos. O povo cearense está sentindo falta desse homem na defesa da população. Tasso reconstruiu o Ceará e reduziu a forma autoritária de governar", apontou a deputada.