O ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, que há quatro anos estava fora do cenário político, após perder a vaga para o Senado Federal, nas últimas eleições, teve sua candidatura oficializada na tarde de ontem, durante a convenção do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Tasso volta a disputar a mesma vaga, agora, contra o deputado Mauro Filho do Pros. Na ocasião, o PSDB também homologou, por unanimidade, o apoio à candidatura de Eunício Oliveira do PMDB ao governo do Estado do Ceará, que tem como vice-governador, Roberto Pessoa (PR).
“Eu tinha dito, incansavelmente, há quatro anos, para meus amigos e todos aqueles que me procuraram, para a imprensa de uma maneira geral e para minha mulher, que eu estava encerrando minha carreira pública ou, pelo menos, a vida eleitoral, porque não pretendia mais me candidatar. Achava que era o momento correto de parar e de apoiar lideranças jovens, que viessem renovar o quadro político, que ao meu ver estava cansável”, proferiu Tasso Jereissati ao abrir seu discurso.
De acordo com o ex-senador, mesmo com toda a sorte de especulação, onde apontava que ele voltaria a concorrer ao cargo, a decisão para disputar o Senado saiu há pelo menos 20 dias. “Fiquei realmente convencido de que não era uma questão de participar ou não... Eu não iria me sentir bem, vendo as coisas acontecerem depois de terem acontecido e pensar, poxa vida, eu poderia ter ajudado e não ajudei para ficar no conforto da minha casa... e resolvi voltar à luta”, justificou.
Ao longo do discurso, Tasso disparou críticas à família Ferreira Gomes e ao projeto político do PT. No cenário local, Jereissati afirmou que os Ferreira Gomes confundem “partido e governo”, colocando a sigla acima das pessoas, afirmando ser esta uma ideologia de Stalin e Hitler que governaram ponderando ser o melhor apenas para o partido.
Ainda segundo Tasso Jereissati, a escolha do petista Camilo Santana na cabeça de chapa para disputar o poder executivo pelo Pros, de uma certa forma, fomentou sua volta à política. “Interromper esse projeto de hegemonia pouco democrática do PT faz parte do nosso projeto nacional”, disse.
Em seu discurso, o ex-senador criticou e apontou os problemas gerados com a gestão do Partido dos Trabalhadores. “Mesmo diante de uma administração péssima, [o PT] arruinou a história econômica do Brasil. Nós tínhamos tudo para deslanchar e foi tudo jogado fora”, reverberou, ressaltando outros problemas do Brasil, como a queda do Produto Interno Bruto e das importações, aumento da inflação, problemas na infraestrutura de energia, além da volta do déficit com outros países e a regularização da mídia.
Tasso afirmou que a família Ferreira Gomes empreende uma política “retrógrada” e que tem medo do governo federal. “Aqui, no Ceará, também há retrocesso... Quando a pessoa fica dona de tudo, confundindo o que é público ou privado, não ouve mais nada e esquece de fazer o que é básico para as pessoas, para a vida das pessoas e qualidade de vida das pessoas”, pontuou.
Dilma x Aécio
Ao ser questionado pela imprensa sobre o discurso de que Eunício Oliveira quer ter “palanque aberto”, apoiando tanto Dilma Rousseff como Aécio Neves, Tasso afirmou que “o palanque do PSDB será fechado”, votando contra o PT. Durante o discurso de Tasso Jereissati, o candidato a senador pediu por duas vezes que Eunício apoiasse apenas Aécio Neves.
EUNÍCIO OLIVEIRA
Presente na convenção, Eunício Oliveira também teceu críticas ao governo de Cid Gomes. Segundo afirmou, a aliança encabeçada pelo Pros “fez de tudo” para que a coligação composta pelo PMDB, tucanos e PPS não vingasse.
Ao criticar a atual gestão, o peemedebista ressaltou os índices sobre a educação e segurança pública. “O Estado do Ceará gastou R$ 1,5 bilhão e ampliou a insegurança em 186%”, rechaçou, ponderando que, para resolver a questão da segurança, basta colocar gente que entenda. No tocante à educação, frisou que o ensino médio do Estado está há cinco anos com a média 3,4. “Nosso sonho é dividir esses governo como tarefa, gente que cuida de gente e que não pensa apenas em fazer prédio bonito”, concluiu.
Questionado pelo jornal o Estado se manterá o palanque aberto, Eunício afirmou que será o que foi acordado na sede no PSDB.
SUPLENTES
Tasso terá o vice-presidente estadual do DEM, Chiquinho Feitosa, como primeiro suplente. Já o segundo suplente é o médico Fernando Façanha.
Rochana Lyvian
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